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    Decisão sobre importação de etanol americano caberá a Bolsonaro

    Donald Trump quer liberação para exportar o combustível para o Brasil com tarifa zero, de olho nas eleições em novembro

    Raquel Landimda CNN

    É bastante provável que a decisão sobre liberar ou não a importação de etanol de milho dos Estados Unidos seja tomada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, às vésperas de terminar a cota hoje em vigor que permite a entrada de 750 milhões de litros com tarifa zero. A cota expira no dia 31 de agosto.

    Pessoas envolvidas de perto na discussão não descartam até um telefonema de Donald Trump para o mandatário brasileiro tamanha a sensibilidade política do tema nos Estados Unidos. Os produtores de milho são fundamentais para decidir o voto em alguns “swing states” (estados em que não há um domínio claro nem de republicanos nem de democratas) e faltam menos de cem dias para as eleições nos EUA.

    O assunto é muito delicado e não há consenso no governo brasileiro, que sofre com pressões em sentido contrário vindas do embaixador americano, Todd Chapman, e dos produtores locais de açúcar e álcool.
    Enquanto o Ministério da Agricultura defende a retomada da tarifa de 20% para a importação de etanol, apoiando o pleito dos agricultores locais, o Itamaraty quer manter uma boa relação com os americanos. O Ministério da Economia ainda não formou uma posição.

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    O ímpeto do ministro Paulo Guedes e de sua equipe é defender o livre mercado, já que o etanol importado significa apenas 3% do consumo brasileiro do combustível. Em teoria, o Brasil é o segundo maior produtor mundial, atrás dos EUA, e defende a comercialização livre do produto em todo o mundo.

    O problema é que o etanol americano chega pelos portos do Nordeste, deslocando principalmente os produtores locais, que geram mais empregos, porque sua produção é menos mecanizada. Daí a forte reação da bancada de deputados da região.

    Os produtores locais dizem que, se querem abrir o mercado brasileiro de etanol, os americanos deveriam dar reciprocidade e liberar a compra de açúcar brasileiro. O argumento tem repercussão dentro da equipe econômica. Mas incluir o açúcar na discussão é o mesmo que interditar o debate, tamanho o protecionismo americano nessa área. E os produtores brasileiros sabem disso.

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