Decisão do S&P aumenta chance de evolução da nota do Brasil, avaliam economistas
Apesar de avaliação positiva, especialistas dizem que ainda há um “longo caminho” para a retomada da nota soberana do país
A melhora na perspectiva de mudança de nota — rating — do Brasil anunciada pela S&P Global foi vista como “surpresa positiva” que coloca no horizonte do país um aumento de sua nota de classificação de risco, avaliam economistas.
Essa foi primeira avaliação positiva dada ao país pela agência desde 2019.
Para o Inter, a revisão significa que o “rating” poderá subir nos próximos dois anos. Por outro lado, o banco avaliou que o país está abaixo do “investment grade” e que ainda há um “longo caminho” até sua retomada.
“Ainda assim, a melhora na perspectiva indica uma confiança na visão do investidor estrangeiro nas instituições brasileiras”, avalia a instituição.
Segundo comunicado, a melhora é fruto dos sinais de maior certeza sobre a estabilidade da política fiscal e monetária.
Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, afirma que a notícia veio como uma surpresa positiva. “Apesar de a nota soberana do Brasil ter sido mantida em ‘BB-’, essa decisão abre espaço para a evolução da nossa nota, o que ajudou na melhora dos mercados”, afirmou.
Após a divulgação dos resultados, o dólar teve queda de 1,3%, para R$ 4,81, a menor cotação desde maio do ano passado, o Ibovespa subiu 2%, para 119 mil pontos, e os juros futuros também tiveram queda forte, de cerca de 30bps nas taxas longas.
Haddad elogia STF e Congresso, mas cobra BC
Após o anúncio da mudança de nota de crédito do Brasil, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a revisão. “É um passo importante, depois de quatro anos, ter uma sinalização dessas”, afirmou.
Haddad aproveitou a fala para reforçar que a nota é resultado de medidas tomadas pelo governo em conjunto com o Congresso e o Poder Judiciário. “É importante que uma agência externa consiga observar estes avanços do Brasil”, comentou.
Por outro lado, o Ministro enfatizou que ainda é necessário o Banco Central “se somar” aos esforços para melhorar a situação fiscal e monetária do Brasil, em referência à expectativa pela queda da taxa de juros.
“Na hora que estivermos todos alinhados, a coisa vai começar a prosperar”, ponderou o Ministro.
*Publicado por Amanda Sampaio