Decisão do Fed de reduzir juros dos EUA em 0,50 ponto é bastante técnica, diz economista à CNN
Paulo Gala destaca que o cenário econômico geral dos Estados Unidos é positivo e que havia justificativas tanto para um corte de 0,25 quanto para 0,50 ponto percentual
O Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, anunciou uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, uma decisão que tem gerado repercussões no cenário econômico e político do país. Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, ofereceu sua análise sobre o impacto desta medida.
Segundo Gala, a decisão do Fed é ‘”bastante técnica” e não está relacionada às eleições presidenciais de novembro, como afirmado pelo presidente da instituição, Jerome Powell.
O economista ressalta que havia justificativas tanto para um corte de 0,25 quanto para 0,50 ponto percentual.
Cenário econômico positivo
Gala destaca que o cenário econômico geral dos Estados Unidos é positivo. “O desemprego está muito baixo nos Estados Unidos, ainda é o menor desemprego de praticamente 50 anos, os salários crescem”, afirma o especialista. No entanto, ele aponta que o grande desafio atual é a inflação.
Apesar de a inflação estar mostrando sinais positivos, caminhando para 2% a 2,5% após três anos de alta, Gala diz que ela ainda “incomoda muito as famílias”.
“O orçamento familiar americano ainda sofre, a família americana média tem sofrido muito com a inflação”, explica.
Impacto nas eleições
Embora o Fed negue qualquer motivação política em sua decisão, Gala reconhece que chegar às eleições com juros menores e um ciclo de corte de juros em andamento é uma notícia positiva. “É evidente que os democratas vão usar isso a seu favor”, observa o economista.
No entanto, Gala reafirma sua crença de que o Fed não tomou sua decisão considerando o cenário eleitoral.
A redução dos juros, segundo ele, é uma medida técnica baseada nas condições econômicas atuais e nas projeções para o futuro próximo.
Com esta decisão do Fed, Gala acredita que a economia americana pode desacelerar ainda menos.
O economista prevê um “pouso suave” (“soft landing”) para a economia dos EUA, descartando a possibilidade de uma recessão no curto prazo.