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    De agora até o fim do ano, podemos não conseguir vender nada, diz Salim Mattar

    Secretário da Desestatização do Ministério da Economia disse que meta de privatizações para 2020 não será cumprida

    Anna Russi, da CNN, em Brasília

    O secretário de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou, nesta quarta-feira (22), que não há clima neste momento para a venda de ativos da União. “De agora até o final do ano talvez não possamos vender mais nada”, disse em coletiva de imprensa via videoconferência. 

    Ao longo de sua apresentação, o secretário destacou que a meta para 2020 de desestatização e desinvestimento de R$ 150 bilhões não será cumprida. No entanto, ele observou que, por conta das incertezas, a secretaria não vai estabelecer uma nova meta. “Optamos por adiantar que não vamos atingir essa meta, mas não estipularemos outro valor”, explicou.

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    A secretaria apresentou ainda uma revisão na previsão da venda da Eletrobras para o setor privado. No início do ano, a expectativa era de que a privatização fosse realizada até outubro deste ano. Agora, a estatal deve permanecer sobre gestão pública até junho de 2021. “É o exemplo perfeito. Esperávamos poder fazer a capitalização em outubro e o plano foi postergado. Não há ambiente no mercado para a venda de participações e ativos. A crise nos surpreendeu”, comentou o secretário.

    Apesar do postergamento no cronograma da privatização da Eletrobras, Mattar acredita que o Projeto de Lei que autoriza a venda da estatal não terá resistência para ser aprovado pelo legislativo ainda neste ano. O texto retira o poder de veto da União e reduz as participações do Estado em mais de 50%.

    Mattar também colocou a instabilidade nos mercados financeiros como um obstáculo para a continuidade da agenda de desestatização deste ano. “Com a bolsa nesse nível, não é momento ideal de vender essas participações. Teremos que esperar o momento oportuno em que o mercado retorne para vender as participações no melhor preço possível, mas não sabemos precisar quanto tempo levará”, observou.

    Para 2021, ele já adiantou que a meta de desinvestimento e desestatização será desafiadora, no entanto ponderou que o montante vai depender do movimento de retomada da atividade econômica.

    O secretário ainda comentou que talvez a visão sobre a atual lista de estatais a não serem privatizadas tenha que ser revista. “Algumas coisas dependem do Congresso, sabemos que Congresso tem sido responsável. Esperamos obter aval necessário para vender algumas empresas, como Eletrobras, Correios e Casa da Moeda”, disse.

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