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    Crescimento do país surpreende e inflação está convergindo para a meta, diz Campos Neto

    Presidente do Banco Central ainda afirma que governo pode entregar resultado fiscal melhor que o esperado pelo mercado

    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília
    Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília 24/02/2021REUTERS/Ueslei Marcelino

    Cristiane Nobertoda CNN

    Brasília

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (4) que o crescimento do país surpreendeu nos últimos anos, e que para 2024 os analistas de mercado começaram um processo de revisão mais otimista.

    “Na atividade econômica, a gente vê o Brasil surpreendendo no crescimento. Economistas têm errado consistentemente. Em 2021, 2022 e 2023, o Brasil cresceu muito mais do que o esperado. Em 2024, começou um movimento de revisão do crescimento para cima”, disse.

    Em palestra na Reunião do Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Campos Neto também voltou a dizer que os núcleos de inflação estão convergindo para a meta e, entre os países emergentes, o Brasil é o único que teve uma queda “mais acentuada”.

    “Nos EUA, houve uma convergência de juros com crescimento surpreendendo para cima, no Brasil também. No Brasil a gente está vendo isso, uma surpresa de crescimento para cima. Entre os países emergentes, o Brasil teve uma queda mais acentuada (na inflação) e está indo em direção à meta, apesar de ainda estar acima, está num processo de convergência”, frisou.

    Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,9% em 2023. No quarto trimestre do ano passado, a atividade econômica ficou estável em relação ao terceiro.

    O resultado ficou acima da expectativa do mercado, que esperava alta de 2,2% no ano, de acordo com pesquisa da Reuters. O governo esperava alta de 3%, em linha com o crescimento registrado em 2022.

    Para as expectativas de inflação, no último Boletim Focus, publicado na semana passada, os analistas de mercado projetam a inflação em 3,80% em 2024 e 3,51% para 2025.

    Atualmente, segundo os dados do IBGE, no acumulado em 12 meses terminados em janeiro, a inflação atingiu 4,51%.

    Governo pode entregar resultados surpreendentes

    Campos Neto também afirmou que, apesar do mercado ter uma previsão ruim quanto a meta fiscal do governo, de zerar o rombo das contas públicas ainda este ano, há a possibilidade de entregar um “resultado que surpreenda para melhor”.

    De acordo com o banqueiro central, os economistas já começaram um processo de revisão das projeções, mesmo que ainda não acreditem que o governo atingirá a meta.

    Segundo Campos Neto, o mercado acredita em um déficit de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, mas que, com as reformas econômicas que foram feitas ao longo dos anos, há chances de apresentar um resultado surpreendente.

    “Economistas já estão mostrando que o poder cumulativo das reformas pode estar fazendo o Brasil ter um crescimento mais alto. Mas, há uma diferença grande entre projeção de mercado e meta do governo no fiscal”, disse.

    “O número fiscal do mercado é ruim, mas eu acho que a chance vai ser para melhor, o governo tem condições de apresentar um resultado que surpreenda para melhor”.

    Mesmo assim, o banqueiro central apontou que não atingir a meta em 2024 “não é um problema relevante”, pois é preciso ver “estruturalmente para a frente” como a dívida do país se comporta.

    “A gente precisa ver estruturalmente para frente, pois a gente continua com a dívida subindo. Não é só o Brasil, grande parte dos países tem esse problema”, apontou.