Credit Suisse revisa crescimento do PIB do Brasil para 0% em 2020
Banco suíço estimava crescimento de 1,4% anteriormente; Segundo trimestre deve ter um tombo de 1,6% por influência do avanço coronavírus
Os efeitos do coronavírus estão jogando para baixo as previsões de crescimento da economia brasileira. Agora foi a vez do banco suíço Credit Suisse. Para 2020, o banco revisou a taxa de crescimento do Brasil de 1,4% para uma estagnação de 0%. O principal motivo para a redução de expectativas é o avanço do coronavírus e os seus impactos na economia.
De janeiro a abril, o Credit Suisse acredita que a economia terá uma contratação de 0,1% em comparação com o trimestre anterior. O banco espera o maior tombo entre abril e junho, quando prevê que ocorrerá uma retração de 1,6% no PIB. Para os trimestres seguintes, o banco acredita que a economia brasileira conseguirá recuperar as perdas, mas não com força suficiente para reverter queda em crescimento.
O Credit Suisse comparou a atual crise com a recessão de 2008. Naquele tempo, o governo brasileiro tinha capacidade para utilizar política fiscal e monetária. Agora, no entanto, o cenário é diferente: o governo não tem dinheiro para fazer investimentos ou ampliar isenções tributárias para empresas.
O governo está com as mãos atadas também na questão de política monetário, segundo relatório. Dado o atual nível de juros do país, mesmo que o COPOM diminua a taxa básica de juros de 4,25% para 3,75% na reunião marcada para a quarta-feira (18), os efeitos econômicos não devem ser suficientes para estimular a economia em tempos de crise.
Como um ponto positivo para o atual momento, o Credit Suisse enxerga o setor bancário brasileiro como sólido, o que reduz a chance de um contágio mais duro para o setor financeiro do país.