COVID-19 deixa milhões de desempregados nos Estados Unidos
Nesta quinta-feira, foi apresentado o saldo de pessoas que deram entrada ao seguro desemprego nos últimos sete dias: 6,6 milhões de trabalhadores
Até o momento, pelo menos, 30 estados americanos deram algum tipo de determinação de isolamento social. A queda no movimento afetou primeiramente o setor de serviços, o que imediatamente prejudicou a indústria. Resultado: a quantidade de desempregados, nos Estados Unidos, cresce a níveis nunca antes vistos.
Nesta quinta-feira, foi apresentado o saldo de pessoas que deram entrada ao seguro desemprego nos últimos sete dias: 6,6 milhões de trabalhadores. Esse número se soma aos quase 3,3 milhões de desempregados que pediram o auxílio, na semana anterior. Não há registro na história do país do encolhimento do mercado de trabalho em um intervalo tão curto.
São praticamente 10 milhões de americanos sem emprego em 15 dias. Os números divulgados pelo Departamento do Trabalho preocupam até mesmo especialistas.
A pandemia está longe de terminar. A crise, gerada pelo surto, atinge também outras áreas. A “luz no fim do túnel” pode aparecer no final de abril, quando projeções indicam uma queda no ritmo de expansão da doença, nos Estados Unidos.
A americana Hannah Hatcher, educadora e maquiadora, trabalhava há seis anos para mesma empresa; “Eu perdi meu emprego na segunda-feira. Fui avisada por telefone 48 horas de antecedência. Não recebi nenhum tipo de indenização ou ajuda da empresa e ainda todos os benefícios foram cortados agora já neste 1 de abril“, diz. “É traumático. Eu trabalho desde os 15 anos de idade, passei toda a minha vida trabalhando e evoluindo na área para, de repente, como em um passe de mágica, perder tudo.”
O sistema para o pedido do seguro-desemprego é burocrático e pode atrasar o pagamento de quem tem direito. O tempo de espera na linha telefônica é longa, além do sites na internet estarem sobrecarregados.
Hannah entrará com pedido de seguro desemprego e confessa: “tenho medo de não conseguir viver em Nova York, mas eu espero conseguir”.
Aprovado no Congresso e pelo presidente Donald Trump, o plano de resgate está mobilizando US$ 2.2 trilhões, uma ajuda que será tanto para bancos e empresa, quanto para os americanos mais afetados pela crise.
E mesmo com todas essas as medidas, há quem se preocupe com o futuro. “Eu estava em busca de emprego antes da crise acontecer e é muito mais difícil. Agora que a maioria das empresas congelaram as contratações, a busca de trabalho será impossível”, diz John Brickman, de 29 anos, outro desempregado. “Não sabemos quando tudo isso voltará a funcionar.”