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    Corte de estímulos depende de expansão contínua do emprego, dizem membros do Fed

    Se as contratações continuarem "como eu espero", a economia "pode em breve atingir a marca" que justificaria reduzir os US$ 120 bilhões do Fed em compras mensais de títulos, diz Lael Brainard, diretora do Fed

    Autoridades do Federal Reserve, incluindo um membro influente da diretoria, vincularam nesta segunda-feira (27) a redução nas compras mensais de títulos pelo banco central norte-americano ao crescimento contínuo do emprego, com um relatório sobre criação de postos de trabalho de setembro sendo um possível gatilho para o corte de estímulos.

    O Fed disse na semana passada que a redução de seus US$ 120 bilhões em compras mensais de títulos poderia ser ocorrer “em breve”, e o chair do banco central, Jerome Powell, disse em coletiva de imprensa de quarta-feira passada que seria necessário mais um relatório de empregos “decente” para dar início ao processo.

    Mas, embora algumas autoridades tenham dito que já acham que as compras de títulos deveriam ser cortadas, os que falaram nesta segunda-feira não disseram que a economia já alcançou totalmente os critérios do Fed para corte das compras de títulos.

    O banco central quer reduzir gradualmente suas compras de títulos, com o objetivo de eliminar o programa por completo no ano que vem, antes de discutir sobre quando aumentar os juros.

    O emprego nos Estados Unidos “ainda está um pouco abaixo da marca” para que o Federal Reserve comece a reduzir suas compras mensais de títulos, disse Lael Brainard, diretora do Fed, nesta segunda-feira, destacando o risco de que a pandemia ressurgente continue a limitar as contratações à frente.

    Brainard disse concordar que se as contratações continuarem “como eu espero”, a economia “pode em breve atingir a marca” que justificaria reduzir os US$ 120 bilhões do Fed em compras mensais de títulos.

    Mas, em comentários preparados para uma conferência da National Association for Business Economics, ela também alertou que a desaceleração nas contratações vista em agosto –quando apenas 235 mil vagas foram abertas fora do setor agrícola dos EUA– pode continuar, conforme a propagação da variante Delta do coronavírus atinge restaurantes, viagens e outras partes da economia.

    “Precisamos ser humildes quanto à nossa capacidade de antecipar corretamente as condições econômicas futuras, dada a imprevisibilidade do vírus”, disse Brainard.

    Ela tem sido uma voz influente na política monetária desde que entrou no Fed, em 2014, e seus comentários indicam como a decisão final do banco central sobre quando reduzir as compras de títulos pode depender do próximo relatório de empregos do governo, referente a setembro.

    O documento, que será divulgado em 8 de outubro, será o último relatório de emprego que o Fed terá antes de sua reunião de política monetária do início de novembro.

    A recuperação da participação na força de trabalho também está atrasada, disse Brainard, um fato que distorce os dados que mostram, por exemplo, que há mais vagas de empregos do que desempregados.

    Ela disse estar confiante de que, com o tempo, as pessoas que deixaram a força de trabalho começarão a procurar empregos novamente.

    Ela disse que também está confiante de que a inflação atualmente elevada é em grande parte impulsionada por fatores que arrefecerão com o tempo.

    Em comentários separados, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse que a economia havia feito “um progresso muito bom em direção ao pleno emprego”, mas não chegou a dizer que os Estados Unidos fizeram o “progresso adicional substancial” que o Fed deseja ver antes de reduzir suas compras de títulos.

    Mas isso pode estar no horizonte, disse Williams.

    “Supondo que a economia continue melhorando como eu antecipo, uma moderação no ritmo de compras de ativos pode ser garantida em breve”, disse Williams.

    De forma similar, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, disse na conferência da Nabe que vê “a economia como estando perto de atingir o critério de ‘progresso substancial’ que adotamos… Se o fluxo de melhora no emprego continuar, parece provável que essas condições serão alcançadas em breve e a redução gradual poderá começar”.

    Já o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, disse em discurso gravado na sexta-feira e divulgado nesta segunda que a “maior prioridade” do Federal Reserve é garantir que milhões de norte-americanos desempregados possam voltar ao trabalho.

    “Colocar os americanos de volta ao trabalho… para mim, essa é a nossa maior prioridade”, disse no Community Foundations Leading Change Fall Forum, acrescentando que “é claro” o Fed prestará muita atenção à inflação e vai mantê-la sob controle.

    Segundo ele, as recentes leituras elevadas de inflação não sinalizam uma inflação permanentemente mais alta.

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