Correios e funcionários divergem sobre impacto da greve; STF julga acordo na 6ª
Para sindicatos, 70% do efeito estão sem trabalhar; para a estatal, porém, 83% estão na ativa
Correios e funcionários estão em lados opostos também quanto à real adesão ao movimento grevista, que teve início nesta semana. Para sindicatos, 70% do efeito estão sem trabalhar. Mas, para a estatal, 83% estão na ativa.
“A rede de atendimento dos Correios está aberta em todo o país, com a oferta do portfólio completo de serviços e produtos da empresa”, afirma comunicado dos Correios, que possui 99 mil empregados.
Nesta sexta-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) entra na confusão ao julgar um acordo trabalhista coletivo em que a empresa, para equilibrar as contas, limitou benefícios, como vale refeição e creche.
Leia também:
Greve dos Correios tem adesão de 17% do quadro pessoal, diz estatal
Com operação própria, grandes empresas de e-commerce driblam greve dos Correios
“O impacto das reduções pretendidas pela direção dos Correios varia de caso a caso, dependendo de que tipo de benefício é utilizado pelo empregado. De qualquer forma, não deveria haver redução nenhuma do salário dos trabalhadores, mas sim o cumprimento à risca do acórdão firmado pelo Tribunal Superior Trabalhista. Inclusive porque esses trabalhadores continuaram trabalhando durante a pandemia”, afirmou a Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap) à CNN.
Os Correios ressaltam que o corte foi de R$ 50 para boa parte dos funcionários, 94% da categoria.
A estatal justifica que retirou benefícios não previstos em lei e que estavam pesando nos cofres. O vale extra custaria aos Correios R$ 104 milhões anuais. Já o auxílio-creche foi restringido a dependentes com até 5 anos de idade.
A instituição apela para pandemia e diz confiar na responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país. Mas a categoria demonstra que não irá vestir a carapuça. “Os empregados não queriam fazer greve. Queriam tão somente o cumprimento do que foi estabelecido no acórdão firmado pelo TST, instância máxima da justiça do trabalho brasileira. Quem buscou o descumprimento do acórdão, por meio de uma liminar obtida na calada da noite, foi a diretoria dos Correios. Quem está tentando empobrecer os trabalhadores é a direção dos Correios”, afirma a entidade sindical.