Contas externas registram rombo de US$ 3,9 bilhões em fevereiro
No mesmo período do ano passado, as transações correntes tiveram déficit de US$ 3,334 bilhões
Puxado pelo recuo de 5,76% da balança comercial, ante o mesmo mês do ano anterior, as contas externas brasileiras registraram déficit de US$ 3,904 bilhões em fevereiro de 2020. No mesmo período do ano passado, as transações correntes tiveram déficit de US$ 3,334 bilhões.
De acordo com os dados, divulgados nesta quarta-feira (25/3) pelo Banco Central (BC), a balança comercial teve superávit de US$ 2,5 milhões em fevereiro. Enquanto as importações tiveram alta de 6%, fechando o mês em US$ 13,9 bilhões, as exportações fecharam em US$ 16,4 bilhões, aumento de 4%.
No primeiro bimestre deste ano, o déficit das contas externas já somam US$ 15,789 bilhões. Além de ser 27,5% superior ao rombo do primeiro bimestre do ano passado, o valor é o maior para o período desde 2015.
O déficit em transações correntes é formado pela balança comercial, pelos serviços adquiridos por brasileiros no exterior e pelas rendas, ou seja, remessas de juros, lucros e dividendos do país para o exterior.
Brasileiros gastaram menos
A previsão do Banco Central para este ano é de déficit de US$ 57,7 bilhões.
Ainda segundo o Banco Central, os gastos dos brasileiros no exterior para o primeiro semestre caíram 22,4% em relação ao mesmo período do ano passado, ficando em US$ 2,319 bilhões.
Já a diferença entre o que foi gasto por brasileiros no exterior e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi negativo em US$ 1,2 bilhões. Somente em fevereiro, os brasileiros gastaram US$ 403 milhões a mais fora do país.
Investimentos caíram
Apesar de terem alcançando US$ 11,615 bilhões no acumulado até o segundo mês deste ano, o Investimentos Direto no País (IDP) é menor que os US$ 13,510 bilhões em igual período no ano anterior. No mês passado, o IDP ficou em US$ 5,996 bilhões, ante os US$ 7,682 bilhões no mesmo mês de 2019. Para 2020, o BC projeta que o IDP some US$ 80 bilhões.
Além do retorno de investimentos brasileiros no exterior, o IDP é formado por recursos da participação no capital e por empréstimos diretos concedidos à filiais de empresas multinacionais no país.