Consumo de energia cai 11% com a quarentena no Brasil
Para garantir a liquidez do setor elétrico, foi criado um empréstimo de baixo risco feito por um pool de bancos privados, sob supervisão do BNDES
O setor elétrico não ficou imune à pandemia, e com o fechamento de fábricas e linhas de produção, o excesso de oferta virou um problema, mesmo com o consumo residencial tendo aumentado.
“Não é crise de abastecimento, é crise de sobreoferta. Se analisarmos o setor automobilístico e têxtil, eles representam 50% da distribuição de energia no Brasil,” diz Rui Altieri, presidente do Conselho Administrativo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Segundo a CCEE, o consumo entre os dias 21/03 e 08/05 caiu 11% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Para piorar a situação, muitas distribuidoras que compravam energia em Itaipu têm dívidas em dólar, aumentando ainda mais os custos destas empresas.
Para garantir a liquidez do setor elétrico, foi criado um empréstimo de baixo risco feito por um pool de bancos privados, sob supervisão do BNDES, apelidado de ‘Conta Covid’, que será administrado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para amenizar os reflexos da pandemia. Apesar do valor total da ajuda não ter sido definido, o pagamento será feito em 5 anos, com a liberação de recursos pendentes na ANEEL.
A ajuda, porém, irá refletir na conta dos consumidores, com especialistas calculando um repasse de 2% a 3% na conta de luz dos brasileiros. “A ajuda financeira do momento terá reflexos em 2021, 2022 e 2023, onde acontecerão revisões tarifárias em que vai ser embutido este adicional,” diz Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica.