Consumo de energia aumenta 0,6% no primeiro trimestre, aponta EPE
Alta foi impulsionada por crescimento de consumo nas classes comercial e residencial
O consumo de energia elétrica aumentou 0,5% no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (15), no Boletim Trimestral de Consumo de Eletricidade, da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), órgão federal responsável pelo planejamento energético.
O resultado é fruto de uma combinação de resultados setoriais: a classe comercial apresentou alta de 4,9%, impulsionado, beneficiado pela retirada de restrições relativas à pandemia de Covid-19 e pela expansão de renda disponível, provocada pela queda do desemprego e pelo benefício federal “auxílio Brasil“.
A classe residencial subiu 0,6%. A publicação aponta que, se a expansão da renda foi um dos motivos para impulsionar o consumo comercial, o fato de a renda média do trabalhador ter caído em relação ao mesmo período do ano passado contribuiu para uma queda no consumo residencial médio (por unidade residencial).
A indústria apresentou redução de 1,5%, a primeira da categoria em seis trimestres. O resultado, segundo a EPE, está em linha com a retração de 1,5% no valor adicionado da indústria no trimestre, influenciado pela queda de 4,7% na indústria de transformação e de 2,4% na extrativa. No entanto, a construção apresentou crescimento de 9%.
O clima também influenciou no resultado: as temperaturas mais quentes nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte elevaram a demanda, mas os níveis mais amenos encontrados no Nordeste e no Sudeste evitaram um consumo ainda mais elevado.
No fim de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu, para junho, a bandeira tarifária verde para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional. Ela retrata que há condições favoráveis para a produção de energia e, portanto, não há complemento tarifário a ser cobrado no período.
Em 16 de abril, a agência suspendeu a vigência da bandeira tarifária de escassez hídrica, que impunha à conta de energia uma tarifa extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. A redução, no entanto, tem sido menor que a inicialmente esperada, por conta dos reajustes das distribuidoras, aprovados pela agência de acordo com o calendário anual.