Congresso estima déficit mínimo de 0,5% do PIB para comportar obras e projetos de Lula
Segundo fontes ouvidas pela CNN, governo pode bater ainda nesta segunda-feira martelo sobre a nova meta fiscal
O Palácio do Planalto foi alertado de que seria necessário um déficit mínimo de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, para comportar os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o ano que vem.
A estimativa, repassada ao governo no fim de semana ao governo por líderes do Congresso, considera que somente com essa margem seria possível preservar, por exemplo, obras estratégicas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), valorização do salário-mínimo e programas sociais.
A conta é justa, disse à CNN uma fonte diretamente envolvida nas negociações.
Até o fim da semana passada, o governo seguia trabalhando nos bastidores com a possibilidade de rever a meta fiscal eliminando a previsão de equilíbrio nas contas e contemplando um déficit entre 0,25% e 0,5% do PIB.
Mas setores do PT chegaram a defender um número próximo de 0,8% do PIB. A cúpula do partido argumenta que, se for para rever a meta fiscal, o ideal é já prever espaço com folga no Orçamento para cumprir promessas e evitar contingenciamentos.
Embora não haja garantias, há entre parlamentares a expectativa de que o governo pode bater ainda hoje o martelo a respeito da nova meta fiscal.
A previsão teria sido dada em caráter informal pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, a líderes do Congresso, segundo os relatos feitos à CNN. Costa teria prometido uma posição até o fim da tarde desta segunda-feira (6).
No domingo (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou tratar do tema quando questionado por jornalistas. “Meta fiscal me pergunta segunda-feira, hoje é dia de Enem”, desconversou o presidente, ao ser questionado pela imprensa.