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    Confiança do comércio cai 2,8 pontos em julho, aponta FGV

    Apesar de recuo, componente que avalia situação atual ainda mostra vendas aquecidas

    Stéfano Sallesda CNN , no Rio de Janeiro

    O Índice de Confiança do Comércio caiu 2,8 pontos em julho e fechou o mês em 95,1 pontos. O resultado foi anunciado nesta quinta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).

    A redução ocorre após duas altas consecutivas.

    Mesmo com esse resultado, a média móvel trimestral apresentou alta de 3,1 pontos, o quinto resultado positivo consecutivo.

    Na avaliação mensal, com o resultado de julho, o indicador abaixo do nível permanece abaixo do ponto de neutralidade da sondagem, que é de 100 pontos, em uma escala que varia de zero a 200.

    A partir da neutralidade, as variações são consideradas positivas ou negativas, de acordo com o sentido apresentado.

    Houve queda em quatro dos seis principais segmentos do setor: veículos, motos e peças; material para construção; tecidos, vestuário e calçados, além de móveis e eletrodomésticos.

    Apresentaram alta no período os setores de hiper e supermercados e a categoria outros do varejo.

    Entre os principais componentes, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 2,9 pontos, primeira queda desde fevereiro, e fechou o mês em 105,6 pontos.

    O Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 2,7 pontos e fechou julho em 84,8.

    Pesquisador do FGV Ibre, Rodolpho Tobler explica o ambiente econômico que produziu o resultado de julho.

    “A queda de julho foi puxada pela piora da percepção, tanto em relação à situação corrente dos negócios quanto nas expectativas para os meses seguintes. Apesar da queda na margem, o Índice de Situação Atual manteve-se acima dos 100 pontos, sinalizando um ritmo ainda aquecido de vendas”, afirma o economista.

    Na série histórica, iniciada em março de 2010, o menor nível alcançado foi de 61,2 pontos, em abril de 2020, no momento mais severo de medidas restritivas impostas pela pandemia de Covid-19.

    Já o máximo foi de 111,9, de março de 2010. Com relação à análise da edição atual, para aos próximos meses, Tobler projeta um cenário delicado para a retomada da confiança.

    “O IE-COM continua em patamar baixo, sugerindo dificuldades à frente. É possível que as medidas recentes de estímulo adotadas pelo governo ainda sustentem o nível presente da demanda por mais alguns meses. Mas a inflação e juros em patamares elevados e os baixos níveis de confiança devem segurar uma retomada mais consistente”, conclui.

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