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    Confiança da Indústria cai 0,5 ponto em agosto e chega a pior patamar desde 2020, mostra índice da FGV

    ICI caiu para 91,4 pontos; há três anos estava em 89,8 pontos

    Daniel Tozzi Mendes, do Estadão Conteúdo

    O Índice de Confiança da Indústria (ICI) cedeu 0,5 ponto em agosto, após ter recuado 2,1 pontos em julho. Com o resultado, a marca caiu a 91,4 pontos, o pior patamar desde agosto de 2020, quando estava em 89,8 pontos.

    Na média móvel trimestral, o ICI também contraiu 0,5 ponto, para 92,4 pontos. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

    Entre os três componentes usados para calcular a confiança da Indústria do Brasil, dois apresentaram queda em agosto.

    O Índice de Situação Atual (ISA) recuou 1,0 ponto, a 88,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) ficou estável, em 94,4 pontos. Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) também registrou queda, no caso de 0,2 ponto porcentual, a 80,8%.

    “A confiança da indústria caiu pelo segundo mês consecutivo influenciada pela piora da percepção sobre o momento e estabilidade em relação às expectativas”, indica em nota o economista do Ibre/FGV, Stéfano Pacini.

    “Os resultados mostram que os empresários ainda continuam bastante afetados pela conjuntura macroeconômica atual que sustenta a taxa de juros e endividamento das famílias em patamares elevados, dificultando a recuperação da demanda e mantendo as empresas com nível de estoques alto, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo”, conclui.

    Entre os quesitos que integram o ISA, o que mais influenciou a queda no mês foi o que mede a percepção dos empresários sobre a situação atual dos negócios, que recuou em 2,7 para 88,9 pontos, a menor marca desde fevereiro de 2022 (86,9 pontos).

    O indicador que mede o nível atual de demanda também caiu (-0,9 ponto), para 91,5 pontos. Já o nível de estoques recuou 0,9 ponto para 113,6 pontos.

    Pelo lado das expectativas, o indicador de produção prevista subiu 1,6 ponto, para 94,7 pontos, enquanto o que mede as perspectivas sobre as contratações cresceu 0,9 ponto para 101,0 pontos.

    Em contrapartida, a tendência dos negócios para os próximos seis meses caiu 2,4 pontos, para 87,9 pontos, permanecendo abaixo dos 100,0 pontos desde setembro de 2021.

    “Para os próximos meses, as perspectivas sobre os negócios reforçam a ideia de um segundo semestre com nível de atividade morno, porém com alguma melhora no mercado de trabalho”, avalia Pacini.

    Veja também: FMI elevou para 2,1% estimativa de crescimento da economia brasileira em 2023

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