Comércio com Brasil precisa de ações ambientais, diz diplomata português
Em entrevista à CNN, o vice-chanceler Eurico Brilhante Dias defendeu a ratificação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul
O Brasil deve divulgar melhor junto a políticos e empresários europeus as medidas que adota em favor da preservação do Meio Ambiente, para que possa intensificar o comércio com o Velho Continente, afirma o vice-chanceler de Portugal, Eurico Brilhante Dias, em entrevista ao analista de internacional da CNN Lourival Sant’Anna.
“Essa informação é uma informação importante que precisa chegar aos decisores para robustecer as negociações”, afirma Brilhante Dias, que ressaltou a importância da pauta ambiental para a sociedade e as companhias portuguesas.
“Dar notoriedade, dar conhecimento dessas diligências nos mercados europeus e, principalmente, em Portugal é sempre importante”, completa.
Eurico Brilhante Dias defendeu a ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Até o final de junho, Portugal estará à frente da Presidência do Conselho da UE, posto que é rotativo entre os países do bloco.
“É um acordo fundamental. Nós acreditamos no multilateralismo, mas acreditar no multilateralismo tem que ter passos concretos”, defendeu o vice-chanceler.
O diplomata está no Brasil acompanhando uma comitiva de empresários de Portugal, no país para prospectar negócios nas áreas de construção civil e do saneamentos. Há a percepção de que o novo Marco Legal do Saneamento Básico, que permite a atuação privada no segmento, abre um leque de oportunidades para investimentos dos portugueses no Brasil.
Vacinas
A União Europeia vai doar cerca de 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 nos próximos meses. Questionado se o Brasil será contemplado, Eurico Dias afirmou que a prioridade europeia é atender às nações com menor poder aquisitivo.
Para isso, o instrumento escolhido não serão as doações diretas aos países, mas o repasse ao Covax Facility, consórcio promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que deve limitar consideravelmente o potencial do Brasil.
O vice-chanceler, no entanto, ponderou que há uma preocupação do seu país em ajudar a conter a disseminação da Covid-19 nos países lusófonos, o que inclui o Brasil.