Com veto chinês, exportações de carne bovina caem 43% em outubro
China é o principal comprador, e embargo do produto já dura dois meses
Um levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) mostrou que o volume de exportações de carne bovina brasileira caiu 43% no mês de outubro quando comparado ao mesmo período de 2020. O embargo chinês à mercadoria, que já dura dois meses, tem impacto direto nos números.
A Abrafrigo consolidou dados da Secretaria de Comércio Exterior, subordinada ao Ministério da Economia, e, acordo com a associação, 108 mil toneladas de carne foram vendidas pelo Brasil em outubro deste ano, considerando o produto in natura e processado. Já em outubro do ano passado, foram comercializadas 190 mil toneladas.
A redução no volume representou uma queda de 31% na receita do mês, que passou de US$ 790 milhões para US$ 541 milhões.
Além do impacto do embargo chinês, uma segunda variável aponta para a crise mundial de contêineres, que prejudica a movimentação nos portos e é causada pela pandemia de Covid-19.
A China é o principal comprador de carne bovina nacional e corresponde a 60% dos embarques feitos nos portos brasileiros. A suspensão aconteceu após a detecção de dois casos da “doença da vaca louca” em rebanhos nacionais.
A eliminação do risco de contágio, anunciada pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), não foi suficiente para o comprador chinês sinalizar a retomada. A única exportação realizada para o país asiático ocorreu em outubro e foi de 27 mil toneladas. A decisão, no entanto, foi específica para um lote que aguardava em um porto antes da suspensão e não altera o embargo ao produto brasileiro.
No acumulado do ano de 2021, as exportações já têm queda de 2,4%, mas em receitas houve um crescimento de 16% devido ao valor do produto que segue em alta no mercado internacional.