Com taxa Selic em 12,75%, Brasil volta a liderar ranking de maiores juros reais
País está em quarto lugar entre 40 países considerando os juros nominais atuais
O Brasil voltou à liderança do ranking de maiores juros reais dentre as maiores economias do mundo, com a taxa básica do país, a Selic, atingindo 12,75% ao ano. O levantamento, feito pela Infinity Asset, leva em conta os juros de 40 países.
A Rússia estava na liderança, entretanto, o banco central do país realizou duas reuniões em abril com cortes na taxa de juros nominal, hoje em 14%.
Com isso, a Rússia caiu para a sexta posição em maio, com juro real de 1,36%. Já o Brasil reassumiu o primeiro lugar, com o “top 5” contendo ainda a Colômbia, o México, a Indonésia e o Chile.
Segundo o levantamento, a taxa de juros real do Brasil, calculada pela subtração da taxa de juros nominal pela projeção de inflação para os próximos 12 meses, é de 6,69%.
Considerando apenas a taxa de juros nominal, definida pelos bancos centrais, o Brasil manteve o quarto lugar de março, atrás da Argentina (cujos juros subiram de 42% para 47%), Rússia (com juros caindo de 20% para 14%) e Turquia (cujos juros se mantiveram em 14%).
Após a alta de juros anunciada na quarta-feira (4), os Estados Unidos subiram tanto no ranking de juros reais (-3,82%), indo da 34ª posição para a 30ª, quanto nominais, passando da 24ª posição para a 21ª.
Os menores juros nominais são da Suíça (-0,75%), Dinamarca (-0,60%) e Japão (-0,10%), enquanto os menores juros reais são da Argentina (-10,30%), Bélgica (-6,83%) e Espanha (-6,22%).
Em relação ao levantamento de março, a média de juros reais passou de -0,94% para -1,73%, enquanto a de nominais subiu de 3,55% para 3,80%, indicando que os países seguem subindo juros para combater a inflação, cujas projeções também pioraram.
De acordo com o levantamento, dentre 166 países, 67,47% mantiveram seus juros, 30,12% elevaram e 2,41% cortaram entre março e maio. Já considerando apenas os 40 países do ranking, 55% mantiveram as taxas de juros, 40% elevaram e 5% cortaram.
Para a Infinity Asset, “continua a pressão da inflação global, a qual se acelerou na maioria das medidas, dadas as ainda contínuas pressões e choques de oferta ao atacado e aceleração de demanda, em vista ao processo de reabertura de diversas localidades, convertendo a maioria das taxas em terreno negativo”.
“Ainda que se preservem parte dos programas de alívio quantitativo, o movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação”, afirma.