Com agenda fiscal, é natural que real volte a “patamar mais adequado”, diz Haddad
Na quinta-feira (13), o dólar recuou 0,27%, em seu terceiro dia seguido de perdas, cotado a R$ 4,927
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que com o avanço da agenda fiscal do governo federal é “natural” que o real se estabeleça em “patamar mais adequado”. O petista concedeu entrevista a jornalistas durante viagem à China nesta sexta-feira (14).
Na quinta-feira (13), o dólar recuou 0,27%, em seu terceiro dia seguido de perdas, cotado a R$ 4,927.
“Sempre achei que o real está muito desvalorizado e que se fizermos as mudanças que estamos fazendo, se o Congresso for sensível com nossa agenda fiscal, se formos bem-sucedidos na frente do judiciário, com temas de impacto fiscal forte, penso que será natural o real voltar a um patamar mais adequado”, disse.
Protagonista da agenda fiscal do governo Lula, o texto do novo marco fiscal será enviado ao Congresso Nacional na próxima segunda-feira (18). Haddad irá entregar pessoalmente texto, segundo apurou a CNN.
Transações sem dólar
Durante a entrevista, o ministro voltou também a comentar a possibilidade de realizar transações comerciais de câmbio direto entre o real brasileiro e renminbi (RMB) — nome oficial da moeda chinesa, mais conhecida no mundo ocidental como yuan.
Segundo Haddad, negociações com outros países sem moedas intermediárias é um tema que “está sobre a mesa” há anos e que foi restabelecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A ideia de fazer o intercâmbio comercial em moedas próprias é uma coisa que está há muito tempo na mesa de negociação entre os Brics e no âmbito do Mercosul. E Lula restabeleceu essa agenda, pedindo para as áreas econômicas dos países se debruçarem sobre esse tema”, disse.