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    Colapso de mina derruba ações da Braskem e pode respingar no setor, dizem analistas

    Na última semana, ações da empresa recuaram 15%; exclusão de índice da B3 e cancelamento de compromissos na COP28 ferem imagem

    Da CNN*

    O colapso de mina da Braskem em Maceió (AL) derrubou o valor das ações da empresa na Bolsa e vem corroendo sua imagem. Na visão de especialista, a crise na companhia pode respingar no setor.

    A pedido da CNN, o Trademap mediu a variação dos papéis da empresa na semana entre o dia 29 de novembro, quando a Defesa Civil de Maceió apontou risco iminente de colapso na mina, e o dia 6 de dezembro (última quarta-feira).

    No dia 29, BRKM5 estava cotado a R$ 20,45. Uma semana depois, no dia 6, a R$ 17,41. A queda no período foi de 15%. Nos últimos 12 meses, enquanto a crise já se anunciava, a variação negativa é de 35%.

    Professora de economia da ESPM, Cristina Helena de Mello destaca que a queda no preço das ações é apenas um “impacto inicial”. O cenário até o momento muda o humor principalmente dos acionistas cuja posição não é a aposta de longo prazo, indica.

    “Os impactos iniciais podem ser mensurados pela precificação das ações. Mas é difícil dimensionar os impactos de longo prazo e, em especial, sobre a marca”. Há estimativas não mensuráveis neste momento como denúncias de contrato, redução nas vendas, perda de participação no mercado, etc”, aponta.

    Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimento, reitera a visão de dificuldade para analisar os impactos no longo prazo. Para ele, a possível CPI da Braskem pode “aumentar” os danos, com exigências de indenizações e problemas contratuais.

    “Já está se criando uma imagem problemática, que muito gestor não vai querer ter. Vai sair da carteira e do interesse de muitas pessoas”, indica.

    Como destaca o especialista, a Braskem sofreu duros golpes à sua imagem na última semana. A B3 excluiu suas ações de sua carteira de sustentabilidade empresarial e, pouco antes, a empresa teve de cancelar seus compromissos na COP28.

    A CNN procurou a Braskem para que comentasse estes impactos, mas não teve retorno até o momento. Publicamente, a empresa vem afirmando que desenvolve há anos ações em Maceió com foco na segurança das pessoas e para reparar danos decorrentes da desocupação de imóveis.

    Crise pode respingar no setor

    Ainda de acordo com dados do Trademap, não há variação significativa no Ibovespa que possa ser atrelado à crise na empresa. De 29 de novembro a 06 de dezembro, o índice teve variação negativa de 0,43%.

    Na visão de Helena, não há motivos para “sentimentos alarmistas”, mas ela prevê um aumento na percepção de risco de empresas no mesmo segmento. “Isso significa precificar o risco reduzindo o valor de mercado dessas empresas, aumentos nos custos de capitação de recursos da parte delas, etc”, indica.

    Cruz diz que ainda aguarda os impactos de longo prazo, mas, neste momento, não crê em uma “contaminação do setor” — como se viu recentemente acontecer com a crise da Americanas e o varejo.

    O especialista usa como exemplo a crise da Vale, após tragédia em Mariana. Apesar dos impactos para a empresa se arrastarem por anos, não houve contaminação patente, indica.

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