CNI projeta crescimento para 3,1% no PIB brasileiro em 2022
Normalização das cadeias produtivas, do emprego e da renda contribuíram para uma reavaliação do desempenho da economia
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta terça-feira (11), uma nova projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. De acordo com o Informe Conjuntural do 3º trimestre, a instituição espera um crescimento da economia de 3,1%. A expectativa anterior, de julho, era de alta de 1,4%.
A previsão para o PIB industrial é de alta de 2% neste ano, ante previsão anterior de 0,2%.
A revisão positiva aconteceu por conta das mudanças de cenário no primeiro semestre, com normalização parcial das cadeias de suprimentos mesmo diante da continuação da guerra Rússia–Ucrânia, dos novos riscos no cenário internacional e de lockdown em cidades na China devido à Covid-19.
Ainda segundo o relatório, a ampliação do “Casa Verde e Amarela”, programa de financiamento à habitação do governo federal, impulsionou a indústria da construção, que já mostrava um desempenho positivo.
O setor de Serviços também registrou crescimento, impulsionado pela normalização de suas atividades no pós-pandemia, sobretudo aquelas ligadas à mobilidade das pessoas. Neste caso, a projeção passou de alta de 1,8% para alta de 3,8%.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que é importante que o ritmo de crescimento projetado para 2022 seja mantido nos próximos anos. “O Brasil precisa crescer de forma sustentada, elevar a renda média da população e colocar-se entre os países mais desenvolvidos. Para isso, devemos implementar, com urgência, ações consistentes que incentivem os investimentos e aumentem a competitividade e a produtividade das empresas”, diz.
Segundo ele, é fundamental que as principais pautas avancem no Congresso Nacional, em particular a reforma tributária que está em discussão no Senado – a PEC 110. “Estamos seguros de que deputados e senadores continuarão dando as respostas de que o país necessita, mobilizando-se, discutindo, votando e aprovando os projetos adequados, sobretudo a proposta que moderniza o principal gargalo para as empresas do país, que é o nosso sistema tributário”, diz.
Mercado de Trabalho
Para o Gerente-Executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, a indústria tem tido sucesso na busca por alternativas para reduzir e contornar o problema da falta de insumos. A produção industrial manteve ritmo de crescimento, ainda que moderado, pela maior parte do ano até o momento.
Telles explica que a atividade econômica de serviços mais aquecida impulsionou o mercado de trabalho, com o aumento significativo do número de pessoas ocupadas. Em 2022, essa trajetória foi acompanhada pelo avanço do rendimento médio, o que não havia acontecido em 2021.
A recuperação do mercado de trabalho segue consistente no terceiro trimestre, com o emprego em elevação, totalizando 99 milhões de pessoas ocupadas, no trimestre encerrado em agosto. Desta forma, a expectativa de taxa de desemprego média no ano caiu de 10,8% para 9,3%, e a expectativa de crescimento da massa salarial real passou de 1,6% para 5,1%, beneficiada também pela queda da inflação
Ele acrescenta também que os novos impulsos fiscais que tiveram início no terceiro trimestre, como o aumento do valor do benefício Auxílio Brasil e a criação do auxílio a caminhoneiros e taxistas, darão mais sustentação ao consumo.
Projeção da inflação
O Informe Conjuntural revisou uma desaceleração na inflação, resultado de uma mudança na dinâmica de preços. Essa queda se deve não só à influência das desonerações tributárias sobre energia, combustíveis e telefonia, como também à desaceleração na alta dos preços industriais e de alimentos.
Além disso, a publicação aponta que as exportações e importações permanecem em crescimento neste ano, alavancadas principalmente pelos preços. A previsão para 2022 é de superávit da balança comercial em US$ 51,3 bilhões.