CNI prevê abertura de 540 mil vagas na indústria até 2025, 265 mil apenas na construção civil
Levantamento divulgado nesta terça-feira (18) também mostra aquecimento da logística atrelada à tecnologia
Até 2025, as áreas de logística, construção civil, vestuário e energia devem abrir 540 mil novas vagas no país.
A maioria dos postos de trabalho (95%) serão do nível de qualificação e técnico, que exigem uma formação prática e mais curta, com seis meses a dois anos de duração. Esses setores têm um salário médio que varia de R$ 1,8 mil a R$ 6,6 mil.
As projeções são do Observatório Nacional da Indústria (ONI), núcleo de inteligência e análise de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em levantamento divulgado nesta terça-feira (18)
A área com mais vagas a serem abertas deve ser construção civil, com 265 mil postos e salários médios de R$ 2,3 mil. A geração de energia deve ter menos vagas, com 17 mil, mas com salários mais altos, na casa dos R$ 6,6 mil.
O setor de vestuário deve abrir 103 mil vagas com salários de R$ 1,8 mil; e a logística e transporte 150 mil vagas com R$ 3 mil de remuneração.
O gerente-executivo do ONI, da CNI, Marcio Guerra, diz que os quatro segmentos são estratégicos para o país.
“São setores dinâmicos, que tiveram uma rápida recuperação pós-Covid, respondem por um grande volume de vagas, são vetores da descarbonização da economia e altamente impactados pela digitalização dos processos produtivos”, explicou.
Segundo a CNI, o alerta não é só para quem está em busca de emprego ou está indeciso de que carreira e formação seguir. O levantamento aponta que quem já trabalha nessas áreas vai precisar se atualizar.
“Mais de 1,5 milhão de profissionais desses quatro segmentos terão de complementar a formação para acompanhar as mudanças decorrentes da automatização de processos”, aponta o relatório.
Expansão
Com as novas vagas, o levantamento da CNI projeta que a área de logística e transporte terá 2 milhões de trabalhadores até 2025 em todo o país. É uma das que mais empregam e mais crescem na economia, segundo os dados.
“Sendo responsável pelo transporte, armazenagem e distribuição de produtos e mercadorias, o profissional desse setor precisa lidar com o gerenciamento inteligente de todas as etapas, das compras e estoque à entrega dos itens”, diz o relatório.
A CNI aponta, ainda, o futuro da logística atrelada à tecnologia. “Internet das coisas (IoT), blockchain, big data, chatbots, robôs colaborativos, drones e óculos para escaneamento e controle de mercadorias são algumas das tecnologias 4.0 que estarão presentes nos armazéns e meios de transporte, estabelecendo as bases para uma logística 4.0.
Os conceitos de logística verde, logística elástica e logística compartilhada também passam a ser cada vez mais colocados em prática.”