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    CNA: Necessidade de diversificar exportação da carne é lição do embargo chinês

    "Por mais que a China seja um grande parceiro, depender mais de 50% do seu volume exportado para um país é algo que realmente pode ter riscos", disse o diretor técnico Bruno Lucchi

    Luana Franzãoda CNN* , São Paulo

    Na manhã desta quarta-feira (15), o Ministério da Agricultura afirmou ter sido informado de que a China derrubou o embargo à carne brasileira, que já durava quatro meses.

    Em entrevista à CNN, o diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, afirmou que o setor esperava uma retomada mais rápida do comércio, visto que não foram encontrados problemas sanitários nos produtos nacionais.

    Para ele, uma das causas centrais do embargo seria uma necessidade comercial da própria China, que enfrentava problemas na produção da carne suína, que teve um grande número de abates devido a problemas.

    “A China é um país em que a carne que tem o maior estimulo ao consumo é a suína. Segurar um pouco a carne bovina era algo que poderia melhorar, inclusive, os preços aos criadores de suínos chineses. A gente acredita que pode ter um fundo comercial, e isso é normal para países que têm uma relação como o Brasil e a China, que é forte do ponto de vista do comércio”, disse Lucchi.

    A China é o maior consumidor da carne bovina brasileiro, representando mais de 50% das exportações do setor. O embargo causou apreensão, e, segundo o gestor, pode ser usado como lição para destacar a necessidade de diversificar as exportações do país.

    “Nós temos que diversificar nossa pauta de exportação e nossos parceiros comerciais. Por mais que a China seja um grande parceiro, depender mais de 50% do seu volume exportado para um país é algo que realmente pode ter riscos”, afirmou, esclarecendo que o setor considera importante manter as relações já existentes, mas também expandí-las.

    Lucchi destacou que esse cresimento na variedade de compradores é uma das prioridades da pasta da Agricultura para o próximo ano, como indicam as viagens recentes da ministra Tereza Cristina, que esteve na Rússia em novembro.

    A retomada das exportações não deve ser sentida imediatamente. Há um processo de certificação do produto, embarque e comercialização que deve ser cumprido. “Vai ser uma retomada gradativa”, explicou.

    De acordo com o diretor, o preço da carne bovina não deve sofrer nem aumentos, nem quedas significativas no fim do ano, mesmo com retorno das exportações para a China.

    *Sob supervisão

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