China inicia esquemas de financiamento de US$ 112 bi para reforçar mercado de ações
O Banco do Povo da China explicou os detalhes operacionais dos esquemas de swap e de empréstimos anunciados no final de setembro
O banco central da China deu início a dois esquemas de financiamento nesta sexta-feira (18) que inicialmente injetarão até 800 bilhões de iuanes (US$ 112,38 bilhões) no mercado de ações por meio de ferramentas de política monetária recém-criadas.
O Banco do Povo da China explicou os detalhes operacionais dos esquemas de swap e de empréstimos anunciados no final de setembro, com o objetivo de apoiar o “desenvolvimento estável” dos mercados de capitais.
A recente alta do mercado chinês vem perdendo força, já que a euforia se transformou em cautela quanto ao tamanho e à implementação das promessas de estímulo de Pequim.
O anúncio foi feito depois que os reguladores financeiros da China realizaram uma reunião com as principais instituições financeiras, instando-as a implementar rapidamente políticas expansionistas para apoiar a economia e os mercados de capitais.
De acordo com o esquema de swap, inicialmente no valor de 500 bilhões de iuanes, as corretoras, os gerentes de ativos e as seguradoras podem obter liquidez do banco central por meio da garantia de ativos para comprar ações.
Atualmente, 20 empresas foram aprovadas para participar do esquema e as solicitações iniciais ultrapassaram 200 bilhões de iuanes, informou o banco central.
“O esquema de swap se tornará um estabilizador do mercado”, já que a demanda pela ferramenta aumenta quando as ações são vendidas em excesso, mas o apetite naturalmente diminui quando o mercado se recupera, disse a Xinhua Financial em um artigo nesta sexta-feira.
Além disso, as instituições podem usar a ferramenta para acessar liquidez em uma queda no mercado de ações sem ter que vender ações, em uma espiral descendente.
De acordo com o mecanismo, os ativos, incluindo títulos, ETFs de ações e participações em componentes do índice CSI300, podem ser trocados por ativos de alta liquidez, como títulos do Tesouro e do banco central, facilitando o acesso dos participantes ao financiamento.
“Se forem implementados de forma eficaz, esses novos esforços poderão trazer fundos adicionais para o mercado e aumentar os retornos dos acionistas, impulsionando assim a reavaliação dos valores”, disse o BNP Paribas em uma nota aos clientes.
O banco central também lançou um programa de empréstimos, inicialmente no valor de 300 bilhões de iuanes, que permitirá que as instituições financeiras tomem empréstimos do Banco do Povo da China para financiar a compra de ações por empresas listadas ou por seus principais acionistas.
A taxa de juros de um ano para o reempréstimo foi fixada em 1,75%, e 21 instituições financeiras qualificadas podem solicitar os empréstimos no início de cada trimestre, informou banco central.
As empresas listadas e seus principais acionistas podem, então, tomar empréstimos dos bancos a taxas de juros de até 2,25% para recompra e compra de ações. Trata-se de uma exceção às regras que proíbem o fluxo de empréstimos bancários para o mercado de ações.
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