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    Conta de luz seguirá elevada até 2022, diz especialista

    Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, diz que há risco de haver cortes de carga (quando a luz demora horas para voltar) no 2º semestre

    Produzido por Layane Serrano, da CNN São Paulo

     

    A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu bandeira vermelha 2 para junho, o que significa um encarecimento das contas de luz, em meio a uma seca histórica na região das hidrelétricas. Este aumento das tarifas, que visa desestimular o consumo, deve se manter no próximo ano, segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, em entrevista à CNN.

    “Em 2022, não dá para dizer que vai ter falta de energia, mas eu não tenho dúvida de que as tarifas vão continuar bastante elevadas.”

    Segundo Pires, não é só a questão hídrica que está contemplada nas contas. O governo federal fez um acordo com as concessionárias de energia elétrica para reduzir as tarifas durante alguns meses da pandemia de Covid-19, e esse custo será repassado aos consumidores no ano que vem.

    “Lembra que em 2020, o governo federal fez aquela Conta-Covid com as distribuidoras de energia elétrica e que, nesse início de ano [2021], também desferiu uma série de tarifas — como a de Itaipu que é dolarizada — para que não houvesse aumentos acima de dois dígitos? Isso tudo vai estar acumulado em 2022″, afirma. 

    Racionamento

    De acordo com o especialista, ainda não é possível afirmar categoricamente que o Brasil irá enfrentar um racionamento de energia semelhante ao que ocorreu entre 2001 e 2002, mas o risco é alto.

    “Você pode ter cortes de carga em algumas cidades, algumas regiões brasileiras. O que é o corte de carga? Você está em sua casa, vendo a sua televisão, de repente a luz vai embora e demora duas horas, uma hora, três horas para voltar”, diz Pires complementando com o exemplo do apagão que ocorreu no Amapá no final de 2021.

    “A gente está com o nível de reservatório previsto para agosto na faixa de 20% ou até menor. Outubro menos ainda, de 10% ou menos. E as chuvas, para valer, só voltam no final de novembro, início de dezembro. Vamos ter um agosto, setembro e outubro, talvez parte de novembro, com grande emoções no setor elétrico”, conclui.

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