Celso Kamura fala sobre crise e defende horário ampliado para salões na retomada
Kamura citou que há cartilhas de segurança já disponibilizadas ao setor e poderiam estar sendo seguidas desde abril
Cabeleireiro renomado e dono de uma rede de salões de beleza, Celso Kamura avaliou, em entrevista à CNN, nesta terça-feira (2), o ritmo da retomada para o setor, criticou a redução de horário proposta para os salões na reabertura e disse que está sem faturamento há três meses.
“Acho que o governo está desinformando. Para qualquer estabelecimento, quatro horas de funcionamento é muito pouco, principalmente salão de beleza. Deveriam repensar esse horário de atendimento”, criticou ele.
Kamura defendeu a ampliação do período de trabalho para atrelar retomada econômica e cuidados com a saúde. “No meu caso, acho que deveriam abrir para a gente poder atender o maior número de clientes possível, porque já faz três meses que a gente não fatura nada no salão. A gente precisa de muitas horas se realmente quer começar a trabalhar com segurança e ser favorável economicamente”, considerou.
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Sobre a crise financeira, o empresário contou que conseguiu manter os pagamentos e se ofereceu como intermediário para que os colaboradores tivessem um empréstimo caso necessário. “Por esses 40 anos de trabalho, consegui deixar todos os meus trabalhadores em casa, com algumas atitudes que tomei. No primeiro mês, resolvi que seria do mesmo jeito. Eu banquei e avisei que, no segundo, se continuasse, a gente teria que fazer alguma redução na folha de pagamento”, relatou.
Em relação aos cuidados para evitar contaminação, Kamura citou que há cartilhas de segurança já disponibilizadas ao setor e que poderiam estar sendo seguidas há meses. “Desde abril, quando começou a pandemia, todas as associações e sindicatos, além do Sebrae, se pronunciaram sobre teren feito uma cartilha de procedimentos. Então, já estamos munidos, desde essa época, da carthilha e trabalhando para que todos os procedimentos de segurança sejam realizados no salão”, explicou.
Reabertura em São Paulo
Conforme divulgado pelo governo paulista na última sexta-feira (29), a reabertura do comércio no estado de São Paulo terá limites de capacidade de acordo com a fase da pandemia de Covid-19 de cada região. A administração de João Doria (PSDB) também quer que empresas de grande porte façam testes em massa.
Segundo o governo, nas regiões que estiverem na fase 2 – a segunda de maior gravidade –, shopping centers, comércio e serviços poderão abrir com 20% da capacidade e apenas por quatro horas seguidas. Praças de alimentação não podem funcionar.
Nos locais com fase 3, bares, restaurantes, salões de beleza e barbearias passam a poder abrir. A capacidade de funcionamento liberada sobe para 40% e o horário de portas abertas, para seis horas. Praças de alimentação ao ar livre podem funcionar.
Na fase 4, são incluídas as academias e a capacidade de funcionamento permitida vai a 60%, sem restrição de horário.
Reabertura na Capital
Seguindo os parámetros definidos pelo governo do estado, a prefeitura de São Paulo lançou um plano de reabertura da economia, que teve início nessa segunda-feira (1º). A data marcou o início do envio de protocolos para a reabertura, mas não significa, ainda, o começo das atividades desses negócios.
Um levantamento feito pela CNN, aponta que, apenas no primeiro dia de recebimento das propostas de empresas para reabrir estabelecimentos em meio à pandemia, a prefeitura recebeu 46 pedidos de análise.
A documentação é encaminhada para fiscalização da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), que deve avaliar a proposta em 15 dias. Em caso de aprovação, será celebrado um termo de compromisso com as entidades de cada setor e as empresas poderão retomar o atendimento presencial.
Os setores que podem entregar as propostas fazem parte do grupo contemplado pela fase 2 (laranja), na qual a capital está inserida, de acordo com o Plano São Paulo, apresentado pelo governo do Estado.
Caso o compromisso seja firmado, atividades imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio de rua e shoppings centers podem reabrir, com restrições, atendendo a escalas especiais de funcionários, funcionamento reduzido para 4 horas por dia e outras medidas de segurança sanitárias contra a Covid-19.
Entre os representantes que entregaram a documentação no primeiro dia estão a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrace), Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Secovi, do setor imobiliário. A Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores (Fenabreve) deve apresentar o plano nesta terça-feira (2).
(Edição: Sinara Peixoto)