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    Carga tributária deve atingir recorde de 33,9% do PIB em 2021, estima Tesouro

    Segundo o órgão, alta deve ser impulsionada por redução de benefícios fiscais e a retomada de setores da economia

    Por Bernardo Caram, da Reuters

    A carga tributária brasileira subiu de 31,77% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 para 33,90% em 2021, patamar mais alto da série histórica iniciada em 2010, movimento impulsionado por uma redução de benefícios fiscais e a retomada de setores da economia, estimou o Tesouro Nacional em relatório apresentado nesta segunda-feira (4).

    “O resultado foi influenciado pela reversão dos incentivos fiscais concedidos durante a pandemia de Covid-19 e por um crescimento econômico em 2021 pautado na retomada de setores como comércio e serviços”, disse o Tesouro.

    A maior fatia da carga tributária do país é de atribuição do governo federal, com 22,48% do PIB em 2021, elevação de 1,53% na comparação com o ano anterior.

    Os estados responderam por fatia equivalente a 9,09% do PIB, alta de 0,55% no ano. Os governos municipais representaram 2,33% do PIB, crescimento de 0,06%.

    O Tesouro estimou que o total da carga tributária nas três esferas de governo tenha totalizado R$ 2,943 trilhões no ano passado. O órgão ponderou que o dado oficial é de responsabilidade da Receita Federal, que ainda não divulgou o levantamento referente a 2021.

    No recorte por tipo de tributo, a estimativa aponta que a arrecadação federal teve um incremento de 0,78% do PIB por conta do Imposto de Renda de empresas, além de 0,26% de CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido).

    Um ganho de 0,27% veio do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), por conta do fim da isenção do tributo que havia sido adotada durante a fase mais aguda da pandemia.

    Em 2021, a arrecadação do governo federal teve alta real de 17,36%, a R$ 1,879 trilhão, segundo dados da Receita, o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1995.

    Em relação aos estados, a elevação da carga foi motivada basicamente por um ganho de 0,58% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Nos municípios, a alta de 0,06% veio do ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza).

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