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    Campos Neto reforça que debate do Copom foi técnico e BC tem que perseguir meta

    Campos Neto pontuou que, apesar da divergência, a maioria dos diretores reconheceram que havia argumentos suficientes para diminuir o ritmo do corte na taxa Selic

    Cristiane Nobertoda CNN

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que o debate entre os diretores no Comitê de Política Monetária (Copom) foi centrado em critérios técnicos e que todos os argumentos foram levados em consideração.

    Na abertura da Conferência Anual do BC nesta quarta-feira (15), Campos Neto pontuou que apesar da divergência, a maioria dos diretores reconheceram que havia argumentos suficientes para diminuir o “pace”, ou ritmo, do corte na taxa Selic.

    Na última reunião do Copom, ocorrida no dia 8 de maio, os diretores se dividiram entre um corte de 0,25 ponto percentual e 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros.

    Os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram por um corte maior, enquanto os outros membros do comitê e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chancelaram o número menor, definindo a taxa em 10,50% ao ano.

    Campos Neto pontuou que, ao observar os dados do boletim Focus, percebeu-se que as expectativas estavam desancoradas e não com ancoragem parcial.

    Segundo ele, o prêmio de risco estava piorando quando olhava o prêmio de risco no longo prazo.

    “Teve uma clara percepção de credibilidade do arcabouço fiscal com possíveis implicações para a política monetária, isso também foi bastante discutido. O entendimento da maioria foi claro de que as mudanças tinham sido relevantes e que deveríamos responder com uma mudança no ritmo do pace”, disse.

    “Dentro deste grupo alguns inclusive achavam que tínhamos argumentos para mudar o balanço de risco, como foi explicitado na ata. O debate foi centrado em critérios técnicos e todos os argumentos foram levados em consideração”, frisou.

    O banqueiro central também pontuou que “a extrema relevância das expectativas no sistema de metas”.

    Segundo ele, em um debate de política monetária, não se deve discutir a banda da inflação, fixada em 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima e para baixo, nem em atingir o centro da meta, em 3%, mas sim perseguir o alvo.

    “Discutimos a importância da convergência da inflação para 3% [em 2023]. Na verdade, em um debate de política monetária não deveria nem se falar em centro e banda. Nossa meta é 3% e temos que perseguí-la.

    Ao comentar sobre o debate no Comitê, Campos Neto ainda destacou que na ata anterior e no comunicado, foi dito que o guidance tinha condicionantes e o debate desta vez foi sobre a gradação dessas variáveis.

    Quanto ao cenário externo, segundo ele, foi observado a taxa terminal e o risco do cenário de juros americana e ficou entendido que a taxa americana tinha piorado.

    Já sobre o Brasil, o debate foi centrado no “mercado de trabalho forte” e a implicação que isso tinha para a inflação de serviços, além disso, o risco da inflação de alimentos é menos benigna.

    De acordo com o banqueiro central, a incerteza política também foi discutida e continua sendo elevada e gera incerteza no preço do petróleo.

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