Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Cada ponto percentual da Selic tem impacto “brutal” no custo da dívida pública, diz Ceron

    Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira (14), Ceron pontuou que 40% da dívida brasileira depende da taxa básica de juros

    Ceron: Brasil precisa continuar independente a cada ciclo de governos, mantendo as reformas no “sentido positivo”, sem retrocessos.
    Ceron: Brasil precisa continuar independente a cada ciclo de governos, mantendo as reformas no “sentido positivo”, sem retrocessos. Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

    Cristiane Nobertoda CNN

    A dinâmica da dívida pública do Brasil está diretamente relacionada com a taxa de juros a curto prazo, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

    Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (14), Ceron pontuou que 40% da dívida brasileira depende da Selic. Segundo, ele cada ponto percentual tem um custo “brutal” no custo da dívida.

    “A dinâmica da dívida depende muito da taxa de juros de curto prazo. Isso é uma característica do Brasil. 40% da nossa dívida depende dos juros a curto prazo, a taxa que o Banco Central define. Isso gera uma contaminação relevante. Então, cada ponto percentual da Selic tem um impacto brutal no custo da dívida pública. Isso é muito relevante. Claro, a política monetária precisa fazer seu curso; mas de fato essa característica impacta’, disse.

    Ceron comentava sobre a agenda de reformas feitas nos últimos anos e a mudança para positivo nas notas de agências de risco do ano passado para cá. Ele disse ainda que, no país, há “mais ceticismo” do que como o mercado externo olha para o Brasil.

    “Apesar das dificuldades, que são muitas, o país tem avançado. Então, nós tivemos reformas importantes que são importantes para a sustentabilidade macro do país, tivemos seja a reforma previdências e outras, cumpriram papéis importantes reconhecidos por todas as agências de risco. Inclusive a reforma tributária que é citada pela agência, é importante. É cumprir um papel importante e vai colocar o país num patamar mais forte e mais saudável; tudo isso é importante e vem se materializando nas nossas notas de rating”, pontuou.

    O secretário também afirmou que o país precisa continuar independente a cada ciclo de governos, mantendo as reformas no “sentido positivo”, sem retrocessos e, em breve, o país retornará o grau de investimentos.

    Ampliação de U$S 50 bi em títulos

    Ceron foi convidado para debater na comissão o pedido de ampliação de U$S 50 bilhões para os títulos da dívida pública no exterior que vencem nos próximos 10 anos.

    De acordo com o secretário, o valor servirá para manter as emissões e criar uma curva/referência para as corporativas. “É importante que elas mantenham uma liquidez mínima para a dívida pública”, justificou.

    “As emissões têm papel importante de manter o país, seja emissão tradicional ou sustentável. As emissões sustentáveis são importantes para inserir o país nesse debate e criar referência para as empresas que investem em sustentabilidade para vender ações. Os títulos tradicionais mantêm ativo o interesse do mercado externo ao país, traz o papel de presença do país no exterior no mercado global”, disse.

    Sobre a meta fiscal, Ceron destacou que é importante ser rigoroso com a trajetória da dívida, mas reconheceu que é “uma mudança brutal” em relação aos resultados fiscais observados na última década. Segundo ele, isso ajuda muito o país a ter um horizonte de médio prazo sustentável e estável.

    Mesmo com os argumentos, o senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que a proposta precisa ser melhor analisada e vai sugerir na comissão um valor menor do que o pedido pelo Tesouro.

    “Me parece um aumento exagerado. Vamos votar favoráveis ao projeto, mas faremos uma emenda para restringir a U$S 15 bilhões a U$S 16 bilhões, para que daqui a três anos, três anos e meio nós tenhamos a possibilidade de, como senadores da República, nos debruçar sobre o tema fazer a avaliação e monitoramento e eventualmente aumentar o valor. Vou propor inclusive ao líder do governo para, de forma consensuada, votar esse projeto em novo patamar para não atrapalhar o país”, pontuou.