Buscando encerrar protestos, Equador anuncia corte no preço dos combustíveis
Presidente Guilherme Lasso informou que reduzirá o valor da gasolina e do diesel em 10 centavos de dólar por galão
O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, afirmou no domingo (26) que reduzirá os preços da gasolina e do diesel em 10 centavos de dólar por galão, a mais recente concessão do governo para tentar encerrar quase duas semanas de protestos; nos quais pelo menos seis pessoas morreram.
As manifestações, por vezes violentas, exigindo preços mais baixos de combustíveis e alimentos, entre outras coisas, começaram em 13 de junho e reduziram a produção de petróleo do Equador.
Lasso, cuja relação contraditória com a Assembleia Nacional piorou durante os protestos, já havia anunciado subsídios para fertilizantes e perdão de dívidas, e seu governo se reuniu neste fim de semana com grupos indígenas.
O líder da organização indígena Conaie, Leonidas Iza, sinalizou que questões como os preços da gasolina ainda estavam pendentes, prometendo manter as manifestações até que fossem resolvidas.
“Todos consideram que os preços se tornaram a peça central da manutenção do conflito e, embora nós, como governo, tenhamos muita clareza de que esse fator não é a origem dos problemas dos equatorianos, devemos pensar no bem comum e na paz dos cidadãos”, disse Lasso.
“Decidi reduzir o preço da gasolina e também do diesel em 10 centavos por galão”, informou o presidente.
Lasso congelou os preços da gasolina extra em US$ 2,55 o galão e o diesel em US$ 1,90 o galão em outubro do ano passado, desencadeando uma série inicial de protestos. A gasolina extra agora custará US$ 2,45 por galão, enquanto o diesel custará US$ 1,80, ambos ainda mais altos do que a Conaie havia solicitado.
A produção de petróleo do Equador caiu pela metade por causa de bloqueios de estradas e vandalismo ligados aos protestos, segundo o Ministério da Energia do Equador.
“O nível é crítico. Hoje os números mostram uma redução de mais de 50%”, disse a pasta em comunicado. “Em 14 dias de manifestações, o Estado equatoriano deixou de receber cerca de US$ 120 milhões”.
O vandalismo, a tomada de poços de petróleo e o fechamento de estradas impediram o transporte de suprimentos necessários, afirmou o ministério. Antes dos protestos, a produção de petróleo era de cerca de 520 mil barris por dia.
O setor público de petróleo, produtores privados de flores e laticínios, turismo e outros negócios perderam cerca de US$ 500 milhões, disse o Ministério da Produção.
Moradores de Quito reclamaram da falta de produtos e Lasso disse que os hospitais da cidade de Cuenca estavam sofrendo com a falta de oxigênio.
Os legisladores ampliaram o debate no domingo sobre um esforço para remover Lasso do cargo, embora pareça que os grupos de oposição ainda não tenham o apoio necessário para fazer isso.