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    Brasil terá primeiro leilão de créditos de carbono do mundo para micromobilidade

    Evento será promovido pelo Rio de Janeiro, a partir de uma plataforma já existente

    Stéfano Sallesda CNN , no Rio de Janeiro

    O primeiro leilão mundial de créditos de carbono voltados para a micromobilidade urbana será realizado no Brasil.

    Esse é o plano da Prefeitura do Rio de Janeiro, que pretende transformar o município em um hub de investimentos de sustentabilidade a partir de um conjunto de ações coordenadas para instalar, na revitalizada Zona Portuária, uma bolsa de valores de ativos verdes.

    O leilão será voltado para uma iniciativa que já opera na cidade há anos, mas não gerou créditos até o momento: o TemBici, plataforma de uso de bicicletas compartilhadas, patrocinada, distribuídas por diversos pontos da cidade, que evitam o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis.

    Secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões destaca que a iniciativa será realizada ainda no primeiro semestre de 2022, pela AirCarbon Exchange.

    Recém-instalada na cidade, a empresa é subsidiária de uma das maiores bolsas de comercialização de créditos de carbono do mundo, sediada em Cingapura e com operações em Abu Dhabi.

    “Nós anunciamos o nosso projeto de transformar o Rio em um hub de sustentabilidade e de investimentos verdes. A AirCarbon procurou uma pessoa no BNDES, e o órgão recomendou que me procurassem. Eles ficaram interessados, gostaram muito do nosso projeto e decidiram ficar aqui no Rio. Inicialmente, pensavam em ir para São Paulo. Vão operar aqui no mercado voluntário de negociação de créditos de carbono”, afirma Bulhões.

    O volume de créditos negociados e a expectativa de valores arrecadados ainda não estão definidos.

    Diretor-presidente da companhia no Brasil, Carlos de Mathias Martins destaca que o leilão será também o primeiro que utilizará a metodologia de cálculo de créditos de carbono estipulada pela Organização das Nações Unidas.

    “Nós temos um portfólio com projetos de mobilidade, energia renovável e preservação florestal, que apresentaremos nos próximos meses. Esse primeiro leilão, nós estamos nos organizando para promover na primeira quinzena de março, logo depois do carnaval”, afirma Marins.

    O mercado de créditos de carbono ainda não está regulado no Brasil, o que impede a instalação de uma bolsa de valores formal para a negociação de ativos voltados para a sustentabilidade, e torna o mercado menos lucrativo.

    A regulamentação depende de ações do Ministério da Economia.

    Bulhões já destacou que a intenção não é recuperar a antiga Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que foi a maior da América Latina até os anos 80 e fechou em 2002, ou concorrer com a B3, Bolsa de São Paulo.

    Além de créditos de carbono, a meta é negociar ativos de energia e inovação.

    O projeto carioca contempla ainda a criação de um fórum climático periódico, para discutir avanços no setor e possibilitar o intercâmbio de experiências de todo o mundo, além de um centro de educação financeira.

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