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    Brasil tem o menor salário inicial para professores entre 40 países, diz OCDE

    Média anual do grupo de países analisados em relatório é de US$ 35,6 mil, brasileiros recebem US$ 13,9 mil

    Beatriz Puenteda CNN* , no Rio de Janeiro

    Entre os 40 países analisados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil tem a menor média de salário inicial dos professores dos anos finais do Ensino Fundamental. Enquanto os brasileiros começam recebendo US$ 13,9 mil por ano, a média nos países membros e parceiros da OCDE analisados é de US$ 35,6 mil.

    Os rendimentos dos docentes brasileiros no início da carreira são menores do que os de professores em países como México, Colômbia e Chile. Na Alemanha, por exemplo, o valor supera os US$ 70 mil.

    O chamado salário real, que considera os bônus e benefícios, em média para esses mesmos professores brasileiros é de US$ 25,7 mil anuais. O valor também está abaixo da média da OCDE, que é de US$ 47,9 mil, e só ultrapassa o salário dos professores da Hungria e da Eslováquia, países do leste europeu.

    O estudo destaca que os professores universitários, que no Brasil recebem salários maiores, têm uma remuneração 48,4% à média mundial.

    Para os professores de educação infantil, os salários reais médios são de US$ 25.030 anuais e US$ 25.366 nos primeiros do Ensino Fundamental. Na média dos países da OCDE, os valores para as mesmas etapas educacionais são US$ 40.707 e US$ 45.687, respectivamente.

    Em relação ao tamanho das turmas, o estudo indica que o número de alunos nas salas tem caído ao longo dos anos, passando de 23 em 2013 para 20 estudantes em 2019, nos anos iniciais do ensino fundamental.

    A média da OCDE é de 21 alunos por turma. Nos anos finais do ensino fundamental, também houve queda, de 28 para 26 estudantes, mas o número de alunos ainda é superior à média do grupo de países analisados (23).

    “O tamanho das turmas diminuiu nos últimos anos no Brasil, mas os salários dos professores permanecem abaixo da média”, aponta o relatório.

    Entre janeiro de 2020 e maio de 2021, pelo menos uma parte dos alunos estava com as instituições fechadas em todos os países que participaram da pesquisa. Dados sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus mostraram que o Brasil foi o país que fechou as escolas por mais tempo.

    Na educação básica, o país só ficou atrás do México. As duas nações analisadas totalizaram mais da metade dos dias de 2020 com as instituições de ensino fechadas.

    O levantamento também destacou que 88% dos profissionais que trabalham em educação básica são mulheres. Na educação superior, porém, o cenário muda, com maior participação dos homens nas instituições de ensino, apenas 46% das cátedras eram ocupadas por mulheres.

    *Sob supervisão de Stéfano Salles

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