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    PIB do Brasil seguirá em 11º em 2022 e volta ao top 10 na próxima década, diz estudo

    Estudo também prevê que, com o forte ritmo de crescimento dos EUA, a China deve demorar mais alguns anos para chegar à posição de maior potência econômica global

    Fernando Nakagawado CNN Brasil Business

    O Brasil seguirá como 11ª maior economia do mundo em 2022. A previsão consta do relatório anual publicado neste domingo pelo britânico Centro de Pesquisa para Economia e Negócios (CEBR, na sigla em inglês).

    A consultoria estima ainda que o país só deve voltar ao grupo das 10 maiores economias na próxima década. O estudo também prevê que, com o forte ritmo de crescimento dos Estados Unidos, a China deve demorar mais alguns anos para chegar à posição de maior potência econômica global, o que deve ser alcançado em 2030.

    O estudo analisa anualmente as perspectivas das economias globais, e compara a riqueza dos países em dólar. No relatório divulgado neste domingo em Londres, os economistas trabalham com a previsão de crescimento brasileiro em 1% em 2022 – estimativa otimista na comparação com mercado financeiro, que prevê metade do ritmo, com apenas 0,5%.

    Os economistas britânicos destacam que a economia brasileira passa por um período de dificuldades, com diversos problemas que prejudicam o crescimento. Entre ele, destacam especialmente a inflação. Com a expectativa de alta dos preços de 10% em 2021, o CEBR destaca que esta é a terceira maior inflação do G20, atrás apenas da Argentina e Turquia.

    “Além dos problemas nas cadeias de produção e altos preços da energia, a fraqueza da moeda do Brasil é um fator adicional de pressão na inflação. O real perdeu cerca de um quarto do valor desde o começo da pandemia, em 2020”.

    Os analistas lembram ainda que o quadro econômico brasileiro conta com a incerteza adicional gerada pelas eleições. “A disputa para a presidência pode causar instabilidade política adicional”, diz o documento.

    Por outro lado, os economistas britânicos reconhecem que a elevada taxa de vacinação entre os brasileiros mostra que o país poderá mostrar mais resiliência às possíveis novas variantes da Covid-19. Além disso, notam que eventual melhora do mercado de commodities internacionais – como petróleo, minerais ou alimentos – pode ajudar a economia brasileira no curto prazo.

    Para o futuro, o tom do documento não é muito otimista. “Para os próximos 15 anos, as projeções do CEBR indicam que o Brasil terá uma modesta melhora no ranking das maiores economias do mundo, ao subir do 11º lugar em 2021 para o 9º posto em 2036”.

    EUA x China
    O estudo também atualiza as previsões para as duas maiores economias do mundo: Estados Unidos e China. O documento destaca que, apesar de os EUA terem o maior número de vítimas da pandemia, a economia norte-americana ganha força, especialmente após o grande plano de investimentos anunciado pelo presidente Joe Biden com cifras na casa do trilhão de dólares.

    Com esses novos investimentos, os EUA devem crescer 4% em 2022 e há condições para que o ritmo do PIB siga na casa de 2% ao ano a partir de 2024. As novas variantes da Covid podem ser um risco para a concretização desse cenário, diz o texto.

    Ao mesmo tempo, o CEBR acredita que a China vai gradualmente perder força no crescimento. A velocidade anual de expansão do PIB da China deve passar do patamar de 5,7% entre os anos de 2020 e 2025 para 4,7% nos cinco anos seguintes, e desacelera ainda mais para 3,8% entre 2030 e 2035.

    Essa desaceleração da China é causada por uma série de fatores, como restrições ao mercado imobiliário, a limitação do poder das grandes empresas de tecnologia do país e a indicação de Pequim de que priorizará estabilidade econômica nos próximos anos.

    Mesmo com a desaceleração chinesa, o país asiático está próximo de tomar dos EUA o posto de maior potência econômica global. “O crescimento mais rápido norte-americano significa que a China deve passar os EUA e se tornar a maior economia do mundo em 2030 ao invés de 2028 as nós prevíamos no ano passado. Mesmo assim, continua sendo três anos antes da nossa previsão feita antes da pandemia”, diz o documento.

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