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    Brasil perdeu 3,5 milhões de empregos em março, aponta pesquisador do Ipea

    Trata-se da maior queda da série histórica do IBGE, iniciada em 2012; taxa de desemprego, por sua vez, saltou de 11,8% em fevereiro para 12,8% em março

    Marcelo Sakate, , da CNN Brasil

    A crise causada pela pandemia do coronavírus fez o mercado de trabalho perder 3,5 milhões de empregados em março.

    Foi a maior queda da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. A taxa de desemprego, por sua vez, saltou de 11,8% em fevereiro para 12,8% em março. Os cálculos foram feitos pelo economista Marcos Hecksher, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a partir dos dados do IBGE. E foram repassados com exclusividade ao CNN Brasil Business.

    A chamada população ocupada caiu de 93,4 milhões de pessoas em fevereiro para 89,9 milhões de pessoas em março, segundo os cálculos de Hecksher. Até então, a maior queda havia sido registrada em janeiro de 2016, com 1,7 milhão de trabalhadores ocupados a menos. Ou seja, a perda de empregos em março como efeito da crise do coronavírus foi praticamente o dobro do pior resultado até então.

    O IBGE divulgou há duas semanas que a taxa de desemprego média no primeiro trimestre foi de 12,2%, com alta moderada em relação aos 11,6% nos três meses encerrados em fevereiro. A metodologia adotada pelo instituto desde 2016 não permite apontar a taxa de desemprego isoladamente no mês de março. Da mesma forma, portanto, na ocasião só foi possível saber que houve uma queda de cerca de 1,5 milhão de trabalhadores ocupados do trimestre encerrado em fevereiro para o período seguinte de três meses até março.

    Hecksher conta que decidiu mensurar a evolução do total de desempregados mês a mês motivado pelos efeitos da pandemia do coronavírus. Um termômetro confiável seriam os dados de empregos formais do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mas a sua divulgação, no entanto, está suspensa desde o início do ano por causa da mudança do sistema de registro adotado pelo governo federal.

    Nesta sexta-feira (15), às 9h, o IBGE divulga o raio-x do mercado de trabalho em março por meio da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua trimestral. Serão conhecidos dados de desemprego por faixa etária, nível de escolaridade, sexo, regiões do país e atividades.

    “Empregados sem carteira e trabalhadores domésticos tiveram as maiores quedas na ocupação”, afirma Hecksher com base em sua análise. Segundo o pesquisador, as maiores perdas de ocupações aconteceram nos setores de indústria, alojamento (como hotéis), alimentação e outros serviços. “Houve um aumento de ocupados no setor público, certamente puxado pelas contratações na área da saúde”, afirma.

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