Brasil mantém liderança em ranking de juros reais, aponta levantamento
Considerando o valor nominal da taxa, de 13,75%, os juros brasileiros ficam na segunda posição dentre 40 países
O Brasil continua com a maior taxa de juros reais dentre as 40 principais economias do mundo mesmo após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter o valor da Selic inalterado na quarta-feira (21). Os dados são de um levantamento da corretora Infinity Asset.
A taxa Selic está atualmente em 13,75%, mesmo valor definido em agosto, enquanto a taxa real, que subtrai dos juros a inflação projetada para os próximos 12 meses, recuou de 8,52% para 8,22%, refletindo as revisões do mercado.
Mesmo com a queda, e com outras economias intensificando ciclos de alta de juros, o Brasil segue na liderança. Em segundo lugar, o México possui uma taxa de juros real de 4,2%. Completam os cinco maiores valores a Colômbia (3,86%), o Chile (3,38%) e a Indonésia (2,62%).
Já os menores juros reais são da Turquia (-14,45%), República Tcheca (-7,06%), Holanda (-6,25%), Bélgica (-6,08%) e Espanha (-5,99%). A grande quantidade de países europeus com taxas de juros negativas reflete projeções ainda elevadas de inflação para o continente, além do atraso do Banco Central Europeu (BCE) em começar seu ciclo de alta de juros.
A média de juros reais dentre os 40 países subiu de -1,89% para -1,69%, indicando que as inflações projetadas ainda tendem a ser maiores que as taxas de juros atuais, mas que os países seguem elevando suas taxas em resposta.
Considerando apenas a taxa nominal de juros, o Brasil avançou da terceira para a segunda posição mesmo com a manutenção da Selic. O avanço ocorreu devido à queda da taxa de juros da Turquia, realizada pelo banco central turco devido às pressões do presidente do país, e mesmo com uma inflação em alta.
As cinco maiores taxas nominais são da Argentina (75%), Brasil, Turquia (12%), Hungria (11,75%) e Chile (10,75%).
Ainda segundo o levantamento, os menores juros são da Suíça (-0,75%), Japão (-0,1%), Dinamarca (0,65%) e dos países da zona do euro, com 1,25% após a mais recente alta pelo BCE. A média atual é de 5,69%, ante 4,87% em agosto.
De acordo com a Infinity Asset, “os programas de aperto quantitativo continuam lentos e o movimento global de políticas de aperto monetário continaram a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”.
Segundo a corretora, entre agosto e setembro 17,5% dos 40 países mantiveram suas taxas de juros, enquanto 77,5% elevaram e 5%, reduziram. Considerando uma base maior, de 167 países, 50,9% tiveram manutenção, 44,91%, altas e 4,19%, cortes.