Brasil avalia manter importação de energia do Uruguai para restabelecer fornecimento no RS
Estratégias sugeridas pelo Ministério de Minas e Energia focam na solução de problemas de energia, combustíveis e mineração no estado
Em reunião da sala de situação estabelecida pelo governo federal para tratar de soluções para as enchentes no Rio Grande do Sul, o Ministério de Minas e Energia (MME) considerou manter a importação de energia elétrica do Uruguai em até 390 megawatts (MW).
Essa seria uma das possíveis soluções para o restabelecimento da energia elétrica no estado, que vem sofrendo com fortes enchentes.
Na quinta-feira (2), o Brasil passou a importar energia do país, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS). Isso ocorreu das 17h às 22h40, pontuou o ONS.
Naquele dia, havia previsão de importação de até 250 MW, mas o intercâmbio registrou transferência menor: de 51 MW.
A intenção é que a importação seja intensificada nos próximos dias, em caráter de emergência.
Essa e outras estratégias apresentadas pela pasta em reunião comandada pela Casa Civil priorizam hospitais, escolas, asilos, entre outros lugares de uso essencial da coletividade.
Segundo o MME, cerca de quatro mil técnicos estão atuando nas áreas onde há viabilidade para o religamento dos serviços de energia elétrica.
Quase 150 municípios estão às escuras. Muitas áreas estão completamente alagadas, incluindo subestações de energia, o que impede a atuação das equipes das concessionárias.
De acordo com o ministro Alexandre Silveira, existe uma preparação de um regime de contingência das distribuidoras. Assim que houver maior liberação de acessos, haverá a reconstrução dos sistemas que foram afetados, dentro do menor prazo possível.
“Estão sendo enviadas equipes de todo o Brasil para que a gente consiga recompor essas 380 mil unidades consumidoras o mais rápido possível”, reforçou o ministro.
O abastecimento de combustíveis também é uma preocupação da pasta. Silveira informou que, “em caso de necessidade extrema”, será possível abrir mão da mistura de teor de biodiesel no diesel — estabelecida em 14%.
Também estudam rotas alternativas para transporte do combustível por duto e o compartilhamento de estrutura entre distribuidoras.