Brasil deve levar dois anos ou mais para retomar economia, aponta estudo
Inflação é o principal motivo da dificuldade para a retomada; Chile foi o único país da América Latina a conseguir se recuperar ainda em 2021
Um pesquisa realizada pela consultoria de dados Kantar apontou que o Brasil deve levar dois anos ou mais para retomar a economia aos níveis pré-pandêmicos. O resultado faz parte do estudo Consumer Insights, realizado durante o último trimestre de 2021 com os países da América Latina.
A empresa separou outras nações do continente em dois grupos, de acordo com a expectativa de retomada econômica de cada uma delas. O Chile é o único país latino-americano que recuperou, em 2021, o PIB per capita nos níveis pré-pandêmicos.
Equador, México e os países América Central, em que as economias são mais dolarizadas, demonstraram resultados de uma possível recuperação agora em 2022. Já Argentina, Brasil, Colômbia e Peru devem obter níveis pré-pandêmicos a partir de 2023.
De acordo com o estudo, a inflação está entre os principais fatores que trazem dificuldade para a retomada das economias. Além dela, o desemprego também aparece como um entrave para a recuperação.
Inflação
Dentre as economias que a pesquisa identificou com as maiores taxas de inflação, o Brasil aparece em segundo lugar, com uma média de 10%, atrás da Argentina, que finalizou o ano com um índice médio de 48%.
A alta nos preços impacta, principalmente, os itens da cesta básica. De acordo com a consultoria, a maior parte dos gastos das famílias latino-americanas é despendida com eles, comprometendo até 35% da renda das classes sociais mais baixas.
Dessa maneira, o volume de consumo pelas famílias é afetado. O Brasil finalizou o ano com volume consumidor 1,2% menor. Apesar de uma melhora na comparação com o terceiro trimestre (-3,5%), o país ocupa o segundo lugar entre as maiores reduções, atrás da Argentina, que registrou recuo de 9,7%.
Desemprego
A pesquisa mostra que a América Latina contabiliza cerca de 33 milhões de desempregados, o maior resultado desde 1990.
Observando os países que mais puxaram o índice, a Colômbia e o Brasil aparecem em primeiro lugar. Em seguida, estão Argentina, Peru e Chile.