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    Brainard, do Fed, diz que batalhar inflação é crucial para crescimento econômico

    "Estamos vendo a retomada mais forte no crescimento e declínio no desemprego dentre qualquer recuperação nas últimas cinco décadas", disse Brainard

    Por Ann Saphir e Howard Schneider, da Reuters

    Controlar a inflação, que bateu uma máxima em quase 40 anos, é a “tarefa mais importante” que o Federal Reserve precisa enfrentar para manter a atual expansão econômica em andamento, disse a diretora do Fed Lael Brainard a um painel do Senado norte-americano nesta quinta-feira (13) em uma audiência sobre sua nomeação para se tornar vice-chair do banco central dos EUA.

    “Estamos vendo a retomada mais forte no crescimento e declínio no desemprego dentre qualquer recuperação nas últimas cinco décadas”, disse Brainard a membros do Comitê Bancário do Senado.

    “Mas a inflação está muito alta e os trabalhadores de todo o país estão preocupados com até onde seus contracheques aguentam. Nossa política monetária está focada em reduzir a inflação para 2% enquanto sustenta uma recuperação que inclui a todos. Esta é nossa tarefa mais importante.”

    A sessão com Brainard, que tem doutorado em economia e é veterana na formulação de políticas econômicas dos EUA, pode marcar o início de uma disputa partidária mais ampla e potencialmente amarga sobre a composição da diretoria do Fed, com senadores republicanos sinalizando rapidamente suas preocupações sobre sua nomeação.

    Apenas quatro desses assentos estão ocupados no momento, e as nomeações pendentes de Biden –inclusive uma para o posto de segundo vice-chair para supervisão de regulação financeira– podem promover o que ele e seus apoiadores democratas consideram que deveria ser um papel maior do Fed em questões climáticas e uma mão mais firme com Wall Street.

    Brainard, uma democrata nomeada pela primeira vez para o Fed em 2014 pelo então presidente Barack Obama e confirmada na época por 61 votos a 31, seria uma figura proeminente nesse esforço.

    Ela foi voto dissidente frequente contra medidas tomadas durante o governo do ex-presidente Donald Trump e sob o chair do Fed, Jerome Powell, para afrouxar a supervisão dos maiores bancos.

    Ela defendeu que o Fed exigisse que empresas financeiras reservassem mais capital e se mostrou preocupada com o risco de autoridades do Fed estarem para trás em relação aos pares europeus na compreensão de como as mudanças climáticas podem afetar a macroeconomia e o sistema financeiro.

    O senador Sherrod Brown, presidente democrata do comitê, abriu a audiência com um endosso notável, chamando Brainard de “mão firme” que tem ajudado a liderar o Fed durante a pandemia de coronavírus e “alguém que entende que trabalhadores, não corporações, não Wall Street” estão no coração da economia dos EUA.

    Mas o principal republicano do painel, o senador Pat Toomey, criticou duramente a “defesa” de Brainard de uma nova abordagem de política monetária do Fed que, segundo ele, gera risco de “um imposto inflacionário sobre todos os norte-americanos” para promover o crescimento do emprego para diferentes grupos demográficos.

    Toomey disse também estar preocupado com o fato de Brainard “ter defendido que o Fed moldasse a política ambiental” ao incorporar a análise climática em sua supervisão das instituições financeiras.

    Uma votação majoritária no Senado, onde os democratas exercem controle estreito, é necessária para confirmar Brainard para o posto de vice-chair.

    As observações de abertura de Brainard ficaram próximas ao roteiro de política monetária usado por Powell em sua audiência na terça-feira (11), quando ele disse que o Fed agirá conforme necessário com taxas de juros mais altas e outras medidas para garantir que a inflação retorne do atual elevado patamar para a meta de 2%.

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