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    Boris Casoy: Propostas de Paulo Guedes estão dentro de contexto eleitoral

    No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (23), o jornalista Boris Casoy comentou propostas de Paulo Guedes para reestruturação econômica brasileira até o final do ano

    Fabrizio Neitzkeda CNN , Em São Paulo

    No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (23), o jornalista Boris Casoy falou sobre novas medidas que devem ser lançadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, até o fim do ano como estímulo para o crescimento econômico.

    Entre as ações, está a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o pagamento de dívidas e a redução de 25% do imposto sobre produtos importados. “Já que arrecadação subiu fortemente, íamos investir numa reforma tributária que empacou no Senado, o Executivo prefere transformar esse ganho de arrecadação, sob forma de redução de impostos, para milhões de brasileiros, para todo mundo. Então vamos reduzir esse IPI e começar o movimento de reindustrialização brasileira”, disse Guedes.

    Para Boris Casoy, o ministro também está em campanha eleitoral, embora seja conhecido por discordar de diversas propostas da ala política do governo de Jair Bolsonaro (PL). Portanto, as medidas anunciadas por Guedes devem ser avaliadas dentro do contexto eleitoral.

    “Sempre digo que eleição faz milagre. Existe um superávit na arrecadação, em relação ao que se esperava. Vem o ministro e promete utilizar essa surpresa que foi o excesso da arrecadação, dando subsídios ou diminuindo impostos”, disse.

    O comentarista questionou, porém, o que acontecerá com a economia brasileira nos anos seguintes caso o nível da arrecadação não se mantenha e pediu cuidado com as promessas feitas por Guedes. “É uma enxurrada de promessas de Guedes, que, normalmente, tem uma visão mais contida a respeito de gastos.”

    “Não sei quanto isso vai representar de estímulo… para saber que tipo de benefício para a economia como um todo vai efetivamente ajudar ou não. Sempre ajuda um pouquinho. Você dá um estímulo em momento eleitoral, cria algumas esperanças”, disse.

    Casoy defendeu que as pessoas analisem o caso “com a cabeça no lugar”, julgando que as medidas propostas por Guedes poderiam ser tomadas anteriormente, mas que não interessavam à época por não ser um ano de eleição.

    “Tem que olhar tudo sob essa visão cuidadosa, se você quiser ser bem informado e não quiser ser bobo. Eleição faz milagre, mas depois a gente paga… e como”, concluiu.

    Aliança entre PT e PSB

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) se reuniram para discutir uma candidatura única ao governo de São Paulo, enquanto os partidos ainda negociam uma federação para as eleições de 2022.

    Lula, porém, quer o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad concorrendo ao Palácio dos Bandeirantes, enquanto o PSB quer o próprio Márcio França na disputa.

    Após o encontro, França falou sobre as possibilidades: “O presidente compreendeu meus argumentos. O PSB e o PT tem uma tendência de caminhar juntos. Em São Paulo, ele vai conversar com a Gleisi [Hoffmann] e o Fernando Haddad e acho que vamos estar juntos.”

    Encontro de Doria com Moro

    Os pré-candidatos da terceira via seguem se movimentando em busca de acordos. Após evento, o pré-candidato pelo PSDB e governador de São Paulo, João Doria, falou sobre as conversas com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, pré-candidato pelo Podemos.

    “Nós temos dialogado, assim como com Simone Tebet… e os partidos também têm dialogado. União Brasil, MDB, PSDB com a federação agora com o Cidadania”, disse Doria.

    “É o dialogo que pode construir a melhor alternativa para o Brasil, para que não tenhamos o triste pesadelo de chegar em 2 de outubro com duas opções – da extrema esquerda e da extrema direita”, disse.

    Posse de Fachin

    O ministro Edson Fachin foi empossado como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Em entrevista à CNN, o jurista falou sobre os desafios para as eleições deste ano e debateu a possibilidade de cassação de uma candidatura que se aproveite de fake news para desacreditar o sistema eleitoral.

    “Fatos que são inverídicos correspondem a um ilícito eleitoral. Evidentemente que a interpretação desses fatos ou modo de enxergar esses fatos depende muito das cosmovisões que são próprias da democracia e esse campo de disputa política não é um campo da justiça eleitoral”, afirmou Fachin

    “A justiça eleitoral cuida de preservar o campeonato, o regulamento deste campeonato eleitoral. Mas ela não toma parte desse jogo. Este é o papel da Justiça Eleitoral. A cassação, um conjunto de circunstâncias sancionatórias devem ser o último remédio quando não há outros mecanismos corretivos que também valorizem o próprio eleitorado cuja a postura de autonomia e liberdade também deve ser preservada”, ressaltou.

    O Liberdade de Opinião teve a participação de Fernando Molica e Boris Casoy. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.

    As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.

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