Bolsonaro critica “lucros absurdos”, mas diz que não haverá interferência na Petrobras
Em visita ao interior de São Paulo, presidente afirmou que "parece que [a estatal] não quer fazer cumprir o seu papel social, como prevê a nossa Constituição"
Em uma visita ao município de Pariquera-Açu, no interior do estado de São Paulo, na tarde desta quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) atribuiu “grande parte” da responsabilidade pelo aumento do preço de combustíveis à Petrobras. Apesar das críticas aos lucros da estatal, disse que não irá interferir na gestão da empresa.
O presidente discorria sobre o reajuste do gás de cozinha quando afirmou que “tá caro e grande parte deve-se a própria Petrobras, que tem lucros absurdos e parece que não quer fazer cumprir o seu papel social, como prevê a nossa Constituição”.
As declarações foram dadas em transmissões ao vivo nas redes sociais, enquanto Bolsonaro andava de carro pelas ruas do município, rumo à 10ª Feira de Baninicultura e do Agronegócio.
Segundo o presidente, “o lucro da Petrobras está na casa dos 30%, o dobro das maiores petrolíferas do mundo”. Ele afirmou ainda que a empresa “está cada vez mais faturando mais em cima do sofrimento do povo brasileiro”.
Apesar das críticas, Bolsonaro afirmou que não irá interferir na Petrobras, “a não ser pelas vias legais, ou seja, ações judiciais e também junto à Advocacia-Geral da União [AGU] para que um parecer [inaudível] passe a valer. Portanto, é inadmissível o lucro abusivo da Petrobras, bem como o descumprimento de leis”.
Chegando ao evento, o presidente também discursou e fez novas falas sobre o cenário econômico do país.
“O Brasil é um país que está tendo inflação, está tendo aumento de combustíveis. Sei disso e assumo a minha responsabilidade, mas isso se faz presente no mundo todo. No Brasil, nesse quesito, é um país daqueles que menos está sofrendo com a questão da inflação”, avaliou.
Na quarta-feira (11), após a divulgação dos resultados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o governo brasileiro teve de reduzir os impostos na importação de 11 produtos, como carnes, derivados de trigo e milho.