Bolsas da Europa fecham em forte baixa com temor de recessão após alta de juros

As bolsas europeias fecharam em baixa acentuada nesta quinta-feira (16), à medida que aumentos de juros na região e nos Estados Unidos reforçaram temores sobre uma possível recessão.

O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou os negócios com queda de 2,31%, a 403,56 pontos. Apenas o setor de tecnologia, que é mais sensível a um ambiente de juros altos, sofreu um tombo de 4,4%.

Após o Federal Reserve aumentar seu juro básico em 75 pontos-base, no maior ajuste desde 1994, foi a vez dos bancos centrais da Inglaterra e da Suíça elevar suas taxas nesta quinta, na tentativa de combater a disparada da inflação que veio na esteira da pandemia de covid-19 e se agravou com a guerra na Ucrânia.

O Banco da Inglaterra, como é conhecido o banco central inglês, elevou seu juro em 25 pontos-base pela quinta vez consecutiva, a 1,25%, mas sinalizou que poderá fazer ajustes mais agressivos em caso de pressões inflacionárias mais persistentes.

Já o SNB, o banco central da Suíça, anunciou um inesperado aumento de 50 pontos-base em sua taxa básica, de -0,75% para -0,25%, impulsionando o franco suíço em relação ao dólar e ao euro.

A onda de aperto monetário compromete a perspectiva econômica global. Nos Estados Unidos particularmente, o receio é de que a postura mais hawkish do Fed leve a economia americana a uma recessão.

Em relação à zona do euro, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse nesta quinta que a instituição agirá rapidamente para implementar um esquema para reduzir a divergência nos custos de empréstimos dos países do bloco.

Na semana passada, o BCE preparou o terreno para começar a elevar juros a partir de julho.

O índice acionário FTSE 100, de Londres, terminou o pregão desta quinta em baixa de 3,14%, a 7.044,98 pontos, enquanto o alemão DAX caiu 3,31% em Frankfurt, a 13.038,49 pontos, e o francês CAC-40 recuou 2,39%, a 5.886,24 pontos, entrando em “bear market” ao acumular perdas de mais de 20% desde que atingiu sua máxima histórica.

Já o italiano FTSE MIB, o espanhol IBEX 35 e o português PSI 20 tiveram quedas de 3,32%, 1,18% e 2,06%, respectivamente.