Bolsa Família incentiva beneficiário a entrar no mercado de trabalho, diz estudo
Levantamento divulgado pelo Banco Mundial foi encomendado pelo Ministério da Cidadania
Nesta semana, o Banco Mundial lançou um relatório, chamado de “Primeira Avaliação da Regra de Permanência”, que avalia o Bolsa Família. O estudo foi encomendado pelo Ministro da Cidadania.
A Regra de Permanência está em vigor desde 2010 e permite que os beneficiários do programa recebam o valor por mais dois anos após a renda ultrapassar a linha de elegibilidade do programa.
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (27), o economista sênior do Banco Mundial para o Brasil e um dos autores do relatório, Matteo Morgandi, avalia que “há consistência na política do Bolsa Família em sua implementação de forma geral.”
“A gente avalia a implantação teórica do programa, ou seja, se as regras que existem permitem que uma família mantenha uma certa estabilidade no programa, mas por outro mantenha o incentivo para aproveitar as oportunidades do mercado de trabalho”, explicou.
De acordo com Matteo, o levantamento apontou que o Bolsa Família é um programa “muito incentivador para que a pessoa possa aproveitar as oportunidades no mercado de trabalho.”
O economista também avalia que “a dificuldade principal das famílias em um programa sociais não é o incentivo”, mas que se tem que ter em mente que “60% dos adultos já trabalham, mas tem famílias numerosas ou renda muito baixa que não permite sair da pobreza – e, portanto, do Bolsa Família – mesmo trabalhando.”
Outro fator importante é a comunicação com as famílias para a implementação da Regra de Permanência. “Para aproveitar a regra, o beneficiário tem que declarar a renda adicional, se a família não percebe ou pode ter medo de fazer e perder o benefício, uma das recomendações é justamente a orientação do público, que geralmente é vulnerável e não necessariamente tem o nível de conhecimento.”
De acordo com o especialista, o Bolsa Família “é um dos poucos programas que têm a característica de permitir aumento da renda, mas com maior flexibilidade de entrada e saída dele.”