Mesmo com pressões internas e externa, Ibovespa fecha estável
O que predominava era a sinalização negativa das bolsas norte-americanas, pela desvalorização nos papéis de empresas de gás e petróleo
O Índice Bovespa, principal índice da bolsa, conseguiu resistir às pressões interna e externa e fechou praticamente estável nesta segunda-feira (20). A ligeira queda de 0,02% fez a bolsa brasileira conseguir se descolar dos resultados das bolsas americanas, que sofreram com o colapso no preço do petróleo.
Entre as maiores valorizações do dia no índice, estão a construtora Cyrela (8,85%), a varejista Magazine Luiza (8,72%) e a locadora de automóveis Localiza (6,15%). Na outra ponta, a metalúrgica Gerdau (-3,7%), a fabricante de aeronaves Embraer (-3,66%) e a siderúrgica CSN (-3,66%) foram os destaques negativos.
Com bastante participação no Ibovespa, os bancos não tiveram um dia positivo. O Itaú Unibanco caiu 3,06%, enquanto o Bradesco teve perda de 3,83%, o Banco do Brasil teve desvalorização de 2,6% e Santander Brasil recuou 2,72%.
As empresas de commodity também sofreram. A Vale fechou em baixa de 3,39% e a ação preferencial da Petrobras teve perda de 1,30%, enquanto os papéis ordinários da estatal caíram 0,6%.
Nas últimas 52 semanas, o Ibovespa acumula 16,5% de perda.
Véspera de feriado movimentada
O mercado acionário brasileiro iniciou esta segunda-feira com tendência negativa, uma vez que novas rodadas de fortes baixas dos preços internacionais do petróleo exerciam pressão sobre as ações da Petrobras.
No dia que deve ser de volume mais moderado de negócios no mercado doméstico, já que o feriado nacional de Tiradentes paralisa as transações na terça-feira, participantes do mercado buscavam referência entre os sinais mistos dos mercados globais. Mas também ficavam de olho nas previsões para a economia brasileira.
No plano doméstico, os investidores repercutiram nova rodada de piora nas projeções de atividade econômica no boletim semanal Focus, do Banco Central. A edição publicada nesta manhã mostrou que o mercado já prevê queda de cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020, queda de 1 ponto percentual em apenas uma semana.
Mas também predominava na B3 a sinalização bastante negativa das bolsas norte-americanas, uma vez que outra derrocada dos preços do petróleo empurrava ladeira abaixo os papéis de empresas de petróleo e gás.
Esse viés negativo era aliviado apenas em parte pelo desempenho mais positivo das bolsas europeias, com destaque para ações de laboratórios farmacêuticos, e do desempenho misto das praças asiáticas.
Os índices acionários da China fecharam em alta após uma importante taxa de empréstimo ter sido reduzida pela segunda vez este ano para sustentar a economia. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,36%.
Profissionais do mercado observam ainda que o panorama político está mais presente nos negócios, após a participação do presidente Jair Bolsonaro em ato em que eram exibidas faixas em defesa da intervenção militar, em Brasília.
Estados Unidos
Os índices acionários de Wall Street recuaram nesta segunda-feira, depois que o preço dos contratos futuros do petróleo nos Estados Unidos ficou negativo pela primeira vez na história, ressaltando o caos que a pandemia de coronavírus trouxe à economia global.
O índice Dow Jones fechou em queda de 2,44%, a 23.650,44 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 1,79%, para 2.823,16 pontos. O Nasdaq Composto, que reúne as principais empresas de tecnologia do mundo, recuou 1,03%, a 8.560,73 pontos.
com informações da Reuters