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    BoA diz que se prepara para possível calote dos EUA em meio a impasse sobre dívida

    “Você espera que isso não aconteça, mas a esperança não é uma estratégia – então você se prepara para isso”, disse o executivo à CNN

    Paul R. La Monicada CNN

    O Congresso americano está mais uma vez discutindo o aumento do teto da dívida, a quantia de dinheiro que o governo dos EUA pode tomar emprestado para pagar suas contas em dia. E isso significa que o setor privado americano deve estar pronta para o pior.

    O CEO do Bank of America, segundo maior banco dos EUA, disse à CNN que espera que os legisladores resolvam seus problemas, porque o mercado e a economia amam a estabilidade. No entanto, a inadimplência da dívida do país continua sendo uma possibilidade que não pode ser ignorada.

    “Temos que estar preparados para isso, não apenas neste país, mas em outros países ao redor do mundo”, disse o CEO do Bank of America, Brian Moynihan, à CNNnesta segunda-feira (6). “Você espera que isso não aconteça, mas a esperança não é uma estratégia – então você se prepara para isso.”

    O presidente americano Joe Biden pode tocar no assunto no discurso do Estado da União desta terça-feira (7). A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, já alertou o Congresso de que o país pode deixar de cumprir suas obrigações financeiras já em junho se o teto da dívida não for elevado antes disso.

    Yellen disse posteriormente que poderia haver uma “crise financeira global” se não houvesse um acordo de limite de dívida. O Departamento do Tesouro está agora tomando “medidas extraordinárias” para continuar pagando as contas em dia.

    O drama mais recente sobre o teto da dívida levou a alguns apelos para que o governo se livre dele completamente. O argumento é que disputas políticas não devem impedir os EUA de honrar seus compromissos financeiros.

    Moynihan não é fã dessa ideia. Ele disse à CNN que “deve haver uma discussão sobre como garantir que vivamos dentro de nossas possibilidades como país” quando perguntado se os EUA deveriam ou não eliminar o teto da dívida.

    “Eu teria cuidado ao tentar reestruturar a Constituição dos EUA”, disse ele. “Acho que devemos deixá-la em paz e garantir que funcione corretamente.”

    Mas ele admitiu que o governo precisou gastar muito mais em vários programas de estímulo desde 2020 devido à crise da Covid-19, dizendo que os EUA tiveram que assumir “muita dívida nos últimos dois anos para superar a pandemia”.

    A economia se recuperou fortemente das profundezas da breve recessão da Covid. Tanto que a inflação é agora sem dúvida o maior problema enfrentado pelo país, assim como pelo Federal Reserve (BC americano).

    O Fed elevou as taxas agressivamente no ano passado para tentar conter a inflação. Os aumentos das taxas começaram a funcionar, mas o mercado de trabalho dos EUA continua incrivelmente forte.

    “A taxa de desemprego permaneceu muito baixa. Extremamente baixa”, disse Moynihan. “Esse é um dos desafios para o Fed.”

    Com isso em mente, disse Moynihan, o Bank of America ainda está prevendo uma “recessão leve” em algum momento no futuro – mas a data de início continua sendo adiada. Ele argumenta que taxas mais altas podem prejudicar os lucros das empresas, mas a boa notícia é que a maioria das pessoas ainda está trabalhando, ganhando bons salários e gastando.

    Moynihan também não parece muito preocupado com o fato de que qualquer tensão geopolítica entre os EUA e a China decorrente do recente incidente com o suposto balão espião terá um impacto duradouro na economia global.

    Segundo ele, dada a importância da China na cadeia de suprimentos global, é do interesse de todos que nenhuma tensão econômica aumente.

    “É interessante observar a relação entre esses dois países”, disse Moynihan. “Mas a melhor coisa do mundo é ter livre comércio.”

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