BNDES e bancos discutem pacotes de socorro para grandes empresas
Três setores mais críticos são aéreo, de energia e automotivo
O BNDES e os bancos comerciais estão discutindo um pacote de socorro para grandes empresas afetadas pela pandemia do novo coronavírus.
Vários setores solicitaram ajuda, mas os três mais críticos são aéreo, energia e automotivo. Segundo fontes envolvidas, todos os pleitos estão sendo avaliados.
As conversas começaram ontem e os valores ainda estão em discussão, mas devem ser empréstimos de longo prazo.
Para o setor automotivo, o mais provável é a utilização de linhas de crédito normais. Já para os setores aéreo e de energia a ideia é utilizar o mecanismo de debêntures (títulos de dívida) conversíveis em ações.
Com essa ferramenta, o BNDES e os bancos teriam a opção de transformar a dívida em participação e se tornarem sócios das empresas se elas não pagarem.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, já havia admitido que elabora um pacote para o setor aéreo, cujos vôos caíram drasticamente.
No setor de energia, a inadimplência está alta, o que pode desestruturar uma cadeia delicada. As montadoras também estão paradas.
Até agora o foco do governo Jair Bolsonaro tem sido nas pequenas e médias empresas, que tem menos caixa para enfrentar a queda de receita provocada pelo isolamento social exigido para controlar a pandemia.
As negociações com as grandes companhias são difíceis e o BNDES quer garantias de que o dinheiro não será utilizado pelas empresas, que são multinacionais, no exterior. Além disso, o governo Bolsonaro tem muito receio da imagem de “escolher campeões nacionais” associada aos governos do PT.
Procurado, o BNDES não comentou.