Bitcoin perto do recorde de preço: ainda vale a pena comprar?
"O grande risco hoje é não ter esse ativo no seu portfólio de investimentos”, afirma Fabricio Tota, diretor do Mercado Bitcoin
O bitcoin está perto de alcançar seu maior valor na história. Na noite desta segunda-feira, a criptomoeda era negociada a US$ 18.379, um pouco abaixo do recorde histórico de US$ 19.655, atingido em dezembro de 2017.
Olhando os gráficos, o rali é muito parecido com o movimento que levou a cotação ao preço recorde. Mas especialistas garantem que o cenário deste ano é muito diferente e mais favorável aos investidores da criptomoeda.
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“A perspectiva de curto prazo é alcançar o recorde. Em 2021 vejo potencial para uma alta ainda mais forte”, comenta Safiri Felix, diretor-executivo da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto).
No Brasil, o bitcoin ultrapassou a barreira dos R$ 100 mil, fortemente impactado pela desvalorização do real. É o maior valor já registrado da criptomoeda no país.
Com o bitcoin próximo de uma cotação recorde, ainda dá tempo de aproveitar o rali? Os especialistas não pensam duas vezes antes de dizer que sim, mas recomendam muito preparo antes de entrar nesse mercado.
“É óbvio que não temos como fazer projeções. A recomendação é estudar para entender essa classe de atvos e manter a disciplina de fazer aportes recorrentes para diminuir a exposição a oscilações”, aconselha o executivo da ABCritpo.
2020 x 2017
Antes de sair comprando, é interessante entender o motivo da valorização do bitcoin. Neste ano, a cotação da criptomoeda já avançou mais de 160%.
A entrada de investidores institucionais é o que deixou esse mercado aquecido nos últimos meses. As empresas e fundos estão “validando a tecnologia’, explica Fabricio Tota, diretor do Mercado Bitcoin.
“Estamos vendo um movimento relevante de investidores institucionais nesse mercado. Esse movimento é maior do que o de pessoas físicas, ao contrário do cenário que tivermos em 2017, quando mais pessoas físicas entravam no mercado”, afirma Tota.
Um relatório da Pantera Capital mostra o apetite das empresas pelos ativos. O PayPal e a Square compraram, juntas, 70% de todos os bitcoins minerados nos últimos 30 dias.
A quantidade de bitcoins “nascendo” todos os dias vai diminuindo conforme passam os anos. Pelos próximos quatro anos, serão gerados 900 bitcoins por dia. Depois disso, a taxa de emissão cai pela metade e vai a 450.
Existem 18,5 milhões de bitcoins em circulação. O estoque total das criptomoedas é de 21 milhões. Ou seja, 85% do estoque já está em circulação. Enquanto isso, a demanda não para de crescer.
Tudo isso mostra um movimento mais sólido na comparação com 2017. Isso porque as empresas tendem a segurar por mais tempo os ativos nas carteiras, evitando quedas acentuadas no preço do ativo e sustentando o patamar recorde previsto pelos especialistas.
Quanto e quando comprar?
Tota, do Mercado Bitcoin, aconselha aos mais conservadores alocar cerca de 1% dos investimentos em bitcoins. A dica vale para os menos experientes.
Para quem tem mais apetite por risco, o conselho é reservar uma fatia de 10% a 15% da carteira para o investimento na criptomoeda.
“Para quem não começou é importante dar o pontapé inicial nesse mercado. O grande risco hoje é não ter esse ativo no seu portfólio de investimentos”, afirma.
Além disso, é importante se lembrar da dica de Safiri Felix, que recomenda que o aporte seja feito em várias etapas para fugir de grandes variações.
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