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    Biden tentará aumentar os impostos sobre os mais ricos para financiar educação

    Plano da Família Americana (American Family Plan) de Biden poderia quase dobrar o imposto sobre ganhos de capital para pessoas que ganham mais de US$ 1 milhão

    Kaitlan Collins, Jeff Zeleny e Kate Sullivan, da CNN

     

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está se preparando para apresentar a próxima etapa de sua agenda econômica durante uma sessão conjunta do Congresso na próxima semana. A proposta deve incluir novos impostos sobre os norte-americanos mais ricos.

    Várias fontes familiarizadas com as discussões em andamento disseram à CNN que o futuro Plano da Família Americana (American Family Plan) de Biden poderia quase dobrar o imposto sobre ganhos de capital para pessoas que ganham mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,44 milhões) por ano, tributando-as em salários e pagamentos, e aumentar a taxa marginal de imposto de renda de 37% para 39,6% para famílias com renda anual de US$ 400 mil (cerca de R$ 2,2 milhões) ou mais.

    A ideia das mudanças propostas é recompensar “o trabalho, não a riqueza”, conceito defendido por Biden durante sua campanha presidencial e que tem sido a força motriz de suas políticas econômicas desde que assumiu o cargo.

    O presidente prometeu não aumentar os impostos sobre aqueles que ganham menos de US$ 400 mil por ano, o que representa mais de 90% dos contribuintes. 

    Biden também propõe tributar o valor dos ganhos de capital de ativos repassados no momento da morte, ou seja, como herança, que atualmente não são tributados. 

    A proposta cumpriria a promessa de campanha de Biden de aumentar os impostos sobre os norte-americanos e corporações mais ricos. É também sua maneira de financiar o Plano da Família Americana, que deve movimentar cerca de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,44 trilhões) de acordo com as estimativas atuais.

    O plano abrangente será centrado em torno de cuidados infantis, licença familiar remunerada, financiamento da educação em ações como mensalidade gratuita em faculdades comunitárias e outras prioridades domésticas. Detalhes do que a Casa Branca está chamando de “infraestrutura humana” estão programados para serem lançados na segunda e terça-feira (26 e 27).

    A proposta ainda está sendo montada, com a redução dos preços dos medicamentos controlados sendo um ponto crítico. Por enquanto, isso não faz parte do plano, de acordo com uma fonte da Casa Branca, devido ao profundo desacordo entre os legisladores democratas.

    Autoridades da presidência enfatizaram que os detalhes do plano não foram finalizados e podem mudar antes de Biden apresentá-lo na próxima semana – ele continua fazendo reuniões com assessores políticos para finalizar os detalhes.

    Biden e outras autoridades da Casa Branca, como a vice-presidente Kamala Harris, devem cair na estrada para vender o plano no final da próxima semana.

    A primeira parte do plano de Biden para ajudar a economia do país a se recuperar da pandemia do coronavírus é composta de uma proposta de infraestrutura e empregos de cerca de US$ 2 trilhões (cerca de R$ 10,9 trilhões). Revelado no mês passado, o plano consiste em investir e melhorar a infraestrutura do país e mudar para uma energia mais verde nos próximos oito anos.

    O presidente planeja pagar a primeira parte de seu pacote de recuperação aumentando os impostos corporativos, que é outra promessa central da campanha. A alíquota do imposto de renda corporativo para 28%, ante dos atuais 21%. A taxa havia chegado a 35% antes do corte feito pelo ex-presidente Donald Trump e os republicanos do Congresso em 2017.

    O governo Biden diz que esse aumento de impostos corporativos levantaria mais do que os US$ 2 trilhões estimados nos próximos 15 anos. O presidente disse que está aberto a negociações e compromissos sobre como pagar a conta e manteve reuniões com legisladores republicanos e democratas na Casa Branca para discutir a proposta.

    Espera-se que a aprovação dessa legislação no Congresso demore meses. Os democratas têm uma maioria muito apertada na Câmara e no Senado e não estão unidos quanto à melhor forma de avançar com o encaminhamento da legislação pelo Congresso.

    Enquanto isso, muitos republicanos estão relutantes com o valor da proposta de infraestrutura e questionam sua ampla definição de infraestrutura e um aumento de impostos corporativos proposto.

    O presidente alertou que a inação sobre a proposta de infraestrutura não é uma opção e sugeriu que, se ele não obtiver apoio bipartidário suficiente, ele poderia tentar seguir em frente com o mesmo processo que lhe permitiu passar seu amplo pacote de alívio para a pandemia de Covid-19, de US$ 1,9 trilhão (cerca de R$ 10,3 trilhões), aprovado sem quaisquer votos republicanos. O processo de reconciliação exigiria apenas uma maioria simples, em vez de 60 votos no Senado.

    Biden apresentou seu plano como um investimento para beneficiar comunidades não brancas, norte-americanos que vivem em áreas rurais e outros sobrecarregadas pela decadência ou atraso da modernização.

    Um foco central da proposta é abordar a crise climática e pressionar por uma revolução de energia verde. Há uma cláusula exigindo que cada estado gere toda a sua eletricidade até 2035 a partir de combustíveis que não produzem nenhuma das emissões de carbono associadas à mudança climática global.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês aqui.)

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