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    BCE: perspectivas inflacionárias são diferentes para EUA e zona do euro

    A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, rejeitou as comparações entre as duas economias

    Balazs Koranyi, da Reuters

    A zona do euro e os Estados Unidos estão “claramente em uma situação diferente” no que diz respeito às perspectivas inflacionárias, disse a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, nesta segunda-feira (21), minimizando qualquer impacto do outro lado do Atlântico.

    Com a reabertura da economia norte-americana e os preços recuperando-se rapidamente, as autoridades do Federal Reserve (Fed) começaram a discutir o fim de seu programa de compra de títulos e na semana passada anteciparam suas projeções para o primeiro aumento dos juros desde o início da pandemia do coronavírus.

    Isso tem desencadeado especulações do mercado sobre o aumento da inflação e um aperto da política monetária globalmente.

    Mas Lagarde rejeitou as comparações entre as duas economias, dizendo que a recuperação norte-americana estava mais à frente em relação à da zona do euro.

    “Os Estados Unidos e a Europa estão claramente em uma situação diferente”, disse Lagarde ao Parlamento Europeu. “É tentador comparar, mas não é muito sensato, dadas as muitas diferenças entre as duas economias.”

    Ela reconheceu que haveria alguns “efeitos colaterais” do aumento da inflação norte-americana por meio de preços de importação mais elevados, exportações mais fortes e, potencialmente, até mesmo as expectativas dos cidadãos da zona do euro sobre a inflação.

    “No geral, porém, espera-se que os efeitos sobre o Índice Harmonizado de Preços ao Consumidor (HICP, na sigla em inglês) da zona do euro sejam moderados”, acrescentou.

    Ela comentou que o BCE estimou um impacto cumulativo de 0,15 ponto percentual sobre a inflação e de 0,3 ponto percentual sobre o crescimento entre 2021 e 2023 na zona do euro em relação ao pacote de estímulo dos Estados Unidos, reafirmando as projeções de março do banco.

    Lagarde também repetiu sua mensagem, entregue após a última reunião de política monetária do BCE, em 10 de junho, de que ainda não era hora de permitir o aumento das taxas de juros, de modo que o banco central vai manter condições de financiamento favoráveis.

    “Um aumento sustentado nas taxas de mercado pode se traduzir em aperto nas condições de financiamento mais amplas que são relevantes para toda a economia”, disse ela.

    “Tal aperto seria prematuro e representaria um risco para a recuperação econômica em curso e para as perspectivas de inflação.”

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