BC da Espanha diz que recente alta na inflação é reflexo de efeitos temporários
Evolução das expectativas de inflação e do ritmo de recuperação da atividade será determinante no posicionamento da política monetária, diz o Banco
O Banco da Espanha avalia que a recente alta da inflação é resultado de fatores temporários e que é esperado que a política monetária siga acomodatícia.
“De fato, se a política monetária for normalizada mais rapidamente do que o esperado, o impacto potencial dessa vulnerabilidade aumentará”, afirma em seu mais recente Relatório de Estabilidade Financeira, publicado nesta quinta-feira (4).
A evolução das expectativas de inflação e do ritmo de recuperação da atividade será determinante no posicionamento da política monetária, diz o Banco.
Em sua análise, ela deverá ser menos acomodatícia nos próximos meses, em particular como resultado da liquidação dos programas de compra de ativos na Europa e nos Estados Unidos.
“No entanto, o cenário básico continua assumindo que o aumento da inflação será temporário, de modo que não se espera que o ritmo de aperto monetário acelere.”
Em relação às perspectivas econômicas do país, o Banco da Espanha observa que há diversos fatores, como a possibilidade de persistência dos gargalos de oferta e da elevação da inflação. Se os problemas de oferta se mantiverem, alguns setores industriais da Espanha podem ser mais afetados.
Outro risco negativo apontado é a possibilidade de uma elevação nos preços das commodities e de bens intermediários ser mais persistente do que se espera atualmente, diz o Banco. O desenvolvimento da pandemia e seu impacto na atividade econômica também seguem como potenciais problemas.
No relatório, o Banco afirma que as projeções para a economia espanhola apontam para um alto dinamismo da atividade em 2021 e 2022, sustentado pela normalização das relações econômicas e pela manutenção de políticas de apoio. O nível de atividade pré-pandemia se recuperaria ao longo do horizonte de previsão, que inclui até 2023.