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    Dólar fecha em queda após salto da véspera, mas continua no patamar de R$ 5

    Banco Central ofertou R$ 2 bilhões em leilões de linha durante a sessão

    Do CNN Brasil Business*

     

    Apesar do dólar alto, Ibovespa opera em alta
    Dólar havia fechado a R$ 5,04 na segunda-feira
    Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    O dólar fechou em queda em relação ao real nesta terça-feira (17), mas ainda acima de R$ 5. O dia foi de volatilidade no mercado local, enquanto praças externas tiveram trégua à medida que investidores avaliaram esforços de bancos centrais e governos para acalmar o nervosismo de investidores por causa do coronavírus.

    A moeda norte-americana fechou em queda de 0,88%, vendida a R$ 5,0024. 

    No exterior, moedas de risco como peso colombiano, peso chileno e rand sul-africano – algumas das mais afetadas pela onda de aversão a risco dos últimos dias – lideravam as altas nos mercados globais de câmbio nesta sessão.

    No Brasil, permanece a expectativa pelo anúncio por parte do Banco Central de ações contra a desvalorização do real. Nesta sessão, o BC vendeu US$ 2 bilhões por meio de leilões de linhas – venda com compromisso de recompra. Na sexta-feira a autoridade monetária já tinha feito movimento semelhante. Os leilões de linha costumam ser realizados em momentos de demanda pontual por liquidez.

    Na segunda-feira, quando o dólar à vista saltou 4,86% e fechou a R$ 5,0467 na venda, novo recorde nominal (sem contar a inflação) para um encerramento, e tocou R$ 5,07 na máxima do dia, o BC não interveio no câmbio.

    “O ambiente de elevado risco global continua pressionando a moeda (o real), enquanto o mercado aguarda maiores definições a respeito de medidas emergenciais que podem ser tomadas pelo Banco Central”, disse Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter.

    Dólar continuará a R$ 5?

    Com o dólar cruzando a linha dos R$ 5, alguns analistas veem a continuação da valorização da divisa. Profissionais da TD Securities estimam agora que a cotação baterá R$ 5,50 até o fim do terceiro trimestre, com alguma esperada estabilização em torno desse nível.

    “Vemos apreciação do real no 1º trimestre de 2021 para 5,35 (por dólar), 5,10 no 2º trimestre de 2021 e 4,90 no 3º e 4º trimestres de 2021, com condições monetárias mais frouxas em todo o mundo (e nos EUA) amparando uma expansão econômica pós-impacto do Covid-19”, disseram os analistas em relatório.

    O mercado projeta dólar a R$ 4,35 ao fim deste ano e a R$ 4,20 ao término de 2021, segundo mediana de estimativas coletadas pelo Banco Central para a mais recente pesquisa Focus.

    Decisão sobre juros

    Nesta terça, os investidores monitoravam a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), com amplas expectativas de novo corte na taxa Selic. Pesquisa da Reuters divulgada na sexta-feira mostrou que as autoridades provavelmente reduzirão a taxa básica de juros de 4,25% para 4% ao ano na quarta-feira, de acordo com 13 dos 26 analistas consultados entre 9 e 13 de março.

    Oito dos analistas que responderam à sondagem previram uma redução mais agressiva, de 0,5 ponto percentual, para 3,75%, enquanto cinco disseram que não esperavam nenhuma mudança.

    Desde então, em meio a medidas cada vez mais dramáticas em todo o mundo para conter a pandemia, as apostas em cortes mais profundos aumentaram, com bancos como o UBS precificando corte de 1 ponto percentual.

    O Ministério da Economia anunciou na véspera pacote de R$ 147,3 bilhões voltados ao combate dos efeitos do coronavírus, com medidas que incluem a antecipação de pagamentos obrigatórios, remanejamento de gastos e prorrogação de recolhimento de tributos.

    A XP Investimentos disse em nota nesta terça-feira que “a chance de corte de 0,75 ponto percentual na taxa Selic subiu consideravelmente após o anúncio de medidas (pelo governo brasileiro)”, mas que continua “acreditando que o BC cortará 0,5 ponto percentual nessa semana”.

    Recentemente, os patamares cada vez menores da Selic foram apontados como um fator responsável pela disparada do dólar, que já acumula alta de cerca de 25% em 2020.

    A redução do diferencial de juros entre o Brasil e outros países torna rendimentos locais baseados na taxa básica de juros menos atraentes para o investidor estrangeiro, o que reduz a entrada de fluxos nos mercados brasileiros.

    *Com Reuters

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